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Traficante revela esquema em SP
da Reportagem Local
O traficante Cláudio da Silva
Santos, que estava foragido, revelou à CPI do Narcotráfico como
funcionava o esquema de distribuição de cocaína que mantinha
com sua mulher, Sônia Aparecida
Rossi, a "rainha do pó". Santos
não revelou nomes de outras pessoas envolvidas.
Ele também disse que o nome
que usava, Bruno Henrique Goes,
era falso. Santos afirmou que já
usou pelo menos outro nome frio:
Gilberto Moreira do Carmo
Santos se negou a colaborar
com a CPI e criticou o programa
de proteção às testemunhas oferecido pelos deputados. Por isso,
não revelou nomes de envolvidos,
mas acabou caindo em contradições que ajudaram nas investigações, segundo os deputados.
O traficante afirmou que quando foi flagrado com 340 quilos de
cocaína em 25 de janeiro de 99,
em Indaiatuba, havia revelado à
Polícia Civil de Campinas que era
namorado de Sônia Aparecida
Rossi. Mesmo assim, a "rainha do
pó" foi solta pelo delegado Ricardo de Lima, logo depois do flagrante. No inquérito policial
consta que ela era apenas testemunha, segundo o sub-relator da
CPI por São Paulo, Pompeo de
Mattos (PDT-RS).
Uma contradição do depoimento, segundo o sub-relator,
Robson Tuma (PFL-SP), foi o fato
de Cláudio ter declarado que só
conhecia o delegado de Campinas
pela TV. Em seguida, ele confirmou que fora interrogado pelo
próprio Lima após o flagrante.
"Agora fica claro que realmente
o delegado Ricardo de Lima soltou de forma irregular a maior
traficante da sua região", disse o
deputado Tuma. O sub-relator
mostrou fotos de Sônia em posição de identificação para indiciamento policial, que teriam sido
feitas na própria delegacia. Depois ela foi considerada testemunha e liberada.
A Folha não localizou o delegado ontem, mas segundo o seu advogado, Miguel Vulcano, "todas
as acusações contra ele são infundadas". Segundo Vulcano, "todos
os acusadores serão processados,
inclusive os membros da CPI".
De acordo com Santos, a droga
vinha da Bolívia e era lançada por
aviões em canaviais de cidades
próximas a Campinas (a 99 km de
São Paulo). Depois era misturada
com ácido bórico e entregue em
postos de combustíveis e estacionamentos da capital e do Rio.
Santos afirmou que sua quadrilha atuava em uma "rota caipira"
própria. Segundo ele, o recebimento da droga e a distribuição
eram feitos pelas cidades de Itu,
Salto, Capivari e Indaiatuba.
Santos disse na CPI que usava
nomes falsos para escapar da polícia. Sua mulher, Sônia, condenada a 36 anos por tráfico, também
já usou os nomes Sandra e Maria
Regina.
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