São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2005

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ABASTECIMENTO

Rompimento de adutora prejudica moradores de Recife

Falha na rede deve deixar 700 mil sem água em PE

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

PEDRO MOREIRA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O rompimento da principal adutora do sistema de água Tapacurá, em São Lourenço da Mata (20 km de Recife), na noite de segunda-feira, pode afetar cerca de 700 mil pessoas da capital, de Camaragibe e de Jaboatão dos Guararapes a partir de hoje. Segundo a Compesa (empresa responsável pelo sistema), 80 mil pessoas ficaram sem água ontem.
O vazamento começou por volta de 22h30 de anteontem, mas o problema só deverá ser solucionado em 72 horas, segundo a empresa. A expectativa é que o abastecimento seja normalizado em quatro dias. A única saída, diz a empresa, é economizar.
A companhia divulgou que 60% dos bairros de Recife amanheceram sem abastecimento. As zonas sul e oeste foram as mais prejudicadas. Camaragibe, município de 143.732 habitantes, a 15 km da capital, também teve 60% dos bairros afetados. Em Jaboatão dos Guararapes, os bairros de Socorro, Sucupira e Jaboatão Velho sofreram com a ruptura do cano.
O sistema de Tapacurá funciona com uma vazão de 4.000 litros/segundo. Com a queda, o sistema está trabalhando a 1.200 litros/segundo. Não há rede auxiliar.
O trecho danificado fica em uma área de difícil acesso, na zona rural, segundo o diretor técnico da companhia, Álvaro Menezes da Costa.

Água inflacionada
No bairro Ibura (zona sul de Recife), onde está a maioria das empresas especializadas no fornecimento de água, o preço do caminhão-pipa aumentou. Pela manhã, um caminhão com 16 mil litros era comprado por R$ 60. Por volta do meio-dia, o preço estava em R$ 70. No início da noite, algumas empresas cobravam R$ 85.
No bairro Iputinga (zona oeste), houve pânico no comércio. "Foi um desespero. O pessoal não queria esperar que a gente entregasse. Vinham aqui com os garrafões e ainda compravam outro. Vendi mais de 70 garrafões de 20 litros em menos de duas horas", afirma o comerciante Hélio Diniz.
No Jardim São Paulo (zona sul), a diretora da escola infantil Pequeno Príncipe, Sandra Dias, decidiu suspender as aulas. "É uma questão de higiene e segurança."


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