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MARIA ANTONIETTA GUAYCURUS DE SOUZA (1927 - 2009)
A grande dama da dança de salão
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
No apartamento modesto
onde morava, na rua dos Inválidos, centro do Rio de Janeiro, Maria Antonietta
Guaycurus de Souza promovia pequenos arrasta-pés. Lá,
resistiu dando aulas.
Nos anos 1970, com a popularização da música pop, a
dança de salão entrou em crise, e a tradicional escola onde ensinava se viu forçada a
fechar, explica Teresa Drummond, autora de "Enquanto
Houver Dança" (2004), biografia de Antonietta.
Nascida em Manaus (AM),
de uma família tradicional,
mudou-se para o Rio bem jovem, nos anos 40, após perder a mãe por problemas de
saúde, e o pai, no ano seguinte, abatido pela tristeza causada pela perda da mulher.
"Ela teve uma educação
tradicional, artística, mas nada deu certo nas mãos dela
além da dança", diz Teresa.
Ensinando passos a universitários e a profissionais
liberais e organizando grupos de dança, ajudou a quebrar o preconceito de classe
que havia contra a gafieira.
"Ela era uma mulher simples e também autoritária.
Foi reconhecida em vida por
seu valor, mas, como todo
grande artista, não tinha jeito para ganhar dinheiro."
Para alguns, era a grande
dama da dança de salão.
Mesmo nomes consagrados
da área, como Jaime Arôxa,
tiveram que aguardar uma
vaga para ter aulas com ela.
Namoradeira, aos 69 tinha
um companheiro de 34.
Morreu na terça, aos 81, no
Rio, após sofrer um infarto.
Deixa filhos, netos e bisneto.
obituario@grupofolha.com.br
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