São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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MARIA ANTONIETTA GUAYCURUS DE SOUZA (1927 - 2009)

A grande dama da dança de salão

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

No apartamento modesto onde morava, na rua dos Inválidos, centro do Rio de Janeiro, Maria Antonietta Guaycurus de Souza promovia pequenos arrasta-pés. Lá, resistiu dando aulas.
Nos anos 1970, com a popularização da música pop, a dança de salão entrou em crise, e a tradicional escola onde ensinava se viu forçada a fechar, explica Teresa Drummond, autora de "Enquanto Houver Dança" (2004), biografia de Antonietta.
Nascida em Manaus (AM), de uma família tradicional, mudou-se para o Rio bem jovem, nos anos 40, após perder a mãe por problemas de saúde, e o pai, no ano seguinte, abatido pela tristeza causada pela perda da mulher.
"Ela teve uma educação tradicional, artística, mas nada deu certo nas mãos dela além da dança", diz Teresa.
Ensinando passos a universitários e a profissionais liberais e organizando grupos de dança, ajudou a quebrar o preconceito de classe que havia contra a gafieira.
"Ela era uma mulher simples e também autoritária. Foi reconhecida em vida por seu valor, mas, como todo grande artista, não tinha jeito para ganhar dinheiro."
Para alguns, era a grande dama da dança de salão. Mesmo nomes consagrados da área, como Jaime Arôxa, tiveram que aguardar uma vaga para ter aulas com ela.
Namoradeira, aos 69 tinha um companheiro de 34.
Morreu na terça, aos 81, no Rio, após sofrer um infarto. Deixa filhos, netos e bisneto.

obituario@grupofolha.com.br


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