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"Gangue do aluguel" do Morumbi é presa
Polícia diz que bando atuou em seis roubos; criminosos fingiam procurar casa para alugar a fim de obter informações sobre os vizinhos
Na conversa com o corretor, o "casal de empresários" procurava descobrir a rotina dos moradores da região, como horários e viagens
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil diz ter identificado os acusados de integrar a
quadrilha de ladrões que simulava interesse em comprar ou
alugar casas de alto padrão no
Morumbi, bairro nobre na zona
oeste de São Paulo, a fim de
roubar os imóveis vizinhos.
Cinco deles já foram presos.
A polícia afirma ter coletado
provas e indícios de que o bando atuou em pelo menos seis
episódios de roubos a residências na região entre outubro de
2008 e o mês passado.
Com a divulgação do caso e
das prisões, os investigadores
acreditam que mais vítimas denunciarão os criminosos e o
número de assaltos relacionados à quadrilha subirá.
"Existem situações nas quais
as vítimas têm medo de falar
com a polícia quando sabem
que os ladrões estão soltos,
mas, depois da prisão dos acusados, as pessoas tomam coragem. As imagens de todos os
acusados estão aqui na delegacia disponíveis para identificação em outros casos", afirma o
delegado José Luiz Antunes, da
3ª Delegacia Seccional Oeste.
Além das cinco pessoas presas, a chamada "Gangue do Aluguel" era composta ainda, segundo a polícia, por um adolescente, já apreendido, e dois homens mortos em assaltos.
Um morreu em novembro
durante um roubo a uma residência do Morumbi. O outro,
no mês passado, em um ataque
a uma padaria na Aclimação-
membros da quadrilha também costumavam praticar outros crimes (leia abaixo).
Dois vigilantes que trabalham no Morumbi foram indiciados pela polícia (acusados
em inquérito policial) sob a
acusação de repassar dados sobre o sistema de segurança dos
imóveis e a rotina dos moradores do bairro para a gangue.
Modus operandi
Segundo delegado, o bando
agia de modo organizado. Um
casal percorria o bairro a fim de
localizar imóveis vazios à venda
ou disponíveis para locação.
Sempre bem vestidos, diziam
ser empresários. Depois de mapear as casas, a dupla marcava
uma visita ao imóvel, que era
feita sempre com a participação de um terceiro bandido.
Enquanto o casal conversava
com o corretor, o outro criminoso tinha a missão de tentar
identificar na casa vazia os pontos vulneráveis dos imóveis vizinhos- os verdadeiros alvos
da "Gangue do Aluguel".
Na conversa com o corretor
de imóveis, o "casal de empresários" procurava obter dados
preciosos sobre os vizinhos:
quem eram, se saíam cedo para
o trabalho, se eram barulhentos e se viajavam com frequência, por exemplo.
Em alguns casos, os ladrões
levantaram até mesmo os horários de patrulhamento da Polícia Militar na região. Tudo com
o objetivo de compreender a
rotina da rua e descobrir a melhor maneira de agir.
Um dos roubos praticados
pela gangue ocorreu em 13 de
novembro passado. A "Gangue
do Aluguel" fez a família de um
empresário e seus funcionários
reféns e roubaram joias, eletroeletrônicos e dois carros
-uma perua Hyundai Santa Fe
e uma Fiorino.
Na fuga, os ladrões trocaram
tiros com policiais militares. O
entregador Wellington da Silva
de Oliveira, 22, acabou morto.
Wilson Araújo da Silva foi baleado e, depois, preso. A Folha
não conseguiu falar com os advogados dos acusados.
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