São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

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Enterrar os fios de SP custa R$ 100 bi

Valor, calculado pela prefeitura e pela AES Eletropaulo, equivale a três anos de toda a arrecadação da cidade

Medida reduziria os apagões, como os que deixaram famílias até três dias sem energia na semana passada

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

A conta para enterrar toda a fiação aérea da cidade de São Paulo beira os R$ 100 bilhões -praticamente três anos de todo o orçamento da Prefeitura de São Paulo.
A gestão Gilberto Kassab (PSD) e a AES Eletropaulo, empresa privada que opera na cidade, têm estimativas bastante semelhantes.
Enfiar embaixo da terra todos os fios que existem nas ruas e avenidas da capital diminuiria a quantidade de apagões por causa da chuva e do vento, como os que ocorreram na semana passada.
Famílias ficaram até três dias sem energia elétrica.
Outra vantagem: ajudaria a cidade a ficar mais bonita.
O emaranhado de fios pelos postes da capital chamou negativamente a atenção da atriz francesa Catherine Deneuve, que visitou a cidade na semana passada.
"Pelo que vi, não há muitas árvores. E também não há muita cor nos imóveis. Tem também muitos fios de eletricidade", afirmou Deneuve.
Apesar de muito caro, representantes da prefeitura e da Eletropaulo não rotulam o projeto como "inviável". Mas será necessário um grande planejamento, a longo prazo, para que isso ocorra, dizem.
"São Paulo é uma cidade muito complexa. Podemos pensar em aterrar as redes aéreas de energia. Mas precisa pensar também como será feito com as outras [redes]", afirma Britaldo Soares, presidente da AES Eletropaulo.
Existe uma lei municipal sobre o assunto que vigora desde 2005. Ela obriga a criação de uma câmara técnica que tem como objetivo fazer um plano de enterramento dos fios e cabos da cidade.
"O relatório com os desafios deste projeto vai ficar pronto nos próximos dias", diz Antonia Guglielmi, diretora do Convias (Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas), da prefeitura.
Apesar de existir a legislação, que também obriga o enterramento de fios de projetos novos, as redes aéreas se multiplicam. "Existem muitas coisas que precisam ser definidas", diz Guglielmi.


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