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São Paulo, domingo, 13 de julho de 2003

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Morador busca lazer em área onde falta opção

DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de o samba de rua estar perdendo espaço no subúrbio do Rio, os moradores da região tentam encontrar outras opções de lazer em uma área carente de recursos culturais.
Segundo o Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio, há um estabelecimento cultural (museu, biblioteca, teatro, galeria de arte ou bem tombado) para cada grupo de 28.687 habitantes das zonas norte e oeste, excluindo desse cálculo a Barra da Tijuca (zona oeste).
Na zona sul, há um estabelecimento cultural para 2.136 moradores, enquanto na zona central essa relação é de um para 667 habitantes.
Os moradores tentam compensar a escassez de opções de lazer cultural com os bailes funk e passeios nos shoppings.
Desde que o primeiro shopping foi inaugurado na região, em 1986, outros 11 se estabeleceram em bairros da zona norte ou oeste, oferecendo hoje 46 salas de cinemas. No caso dos bailes funk, sua existência nem sempre é vista com bons olhos pelos moradores mais antigos.
Na rua Casemiro de Abreu, em Pilares (zona norte), o clube CCIP decidiu suspender os bailes funk. A decisão tirou uma opção de lazer dos jovens, mas, segundo o relato dos moradores mais velhos, trouxe de volta a paz à rua. Tanto que o dono do bar em frente ao clube, Eduardo Iulianelli, 67, voltou a contratar músicos para oferecer serestas na calçada. Vânia Mendes, 55, dona de uma barraquinha de salgadinhos em frente ao clube, diz que a situação ficou mais calma: "Agora, quando começa a seresta, a velharada vai toda para a rua".
As pessoas também continuam ouvindo música na rua Indígena, na Penha (zona norte), onde funciona o centro de cultura Meu Kantinho. O dono, Cloves do Violão, montou lá uma escola de música para crianças carentes, que aprendem a tocar samba e chorinho com músicos profissionais. Nas manhãs de domingo, de tão cheia, a casa acaba atraindo gente só para ouvi-los tocar.
Mesmo que não fiquem nas ruas, há em outros bairros locais onde é possível encontrar rodas de samba. Em Madureira, bairro que reúne três escolas de samba, os moradores voltaram a frequentar no mês passado a quadra da Portela.


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