São Paulo, quarta-feira, 13 de julho de 2005

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AMBIENTE

Motivo foi a presença no local de animais sem origem comprovada; cerca de 180 bichos foram transferidos para o Zôo de SP

Ibama fecha criadouro e leva 180 animais

AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL

O criadouro Casa da Tartaruga, em Carapicuíba (Grande São Paulo), foi fechado anteontem pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Cerca de 180 animais, incluindo macacos, aves e serpentes, foram transferidos temporariamente para o Zoológico de São Paulo, de onde seguirão para novos criadouros. Quatro onças, uma jaguatirica, um ouriço e um veado continuam no local, mas serão transferidos.
Segundo a analista ambiental Jury Seino, 36, que coordenou a operação, o principal motivo para a cassação do registro de funcionamento foi a presença, no criadouro, de animais silvestres sem origem comprovada. O criadouro existe desde 1999.
A equipe do Ibama autuou o proprietário do local, Richard Rasmussen, em R$ 8.500 por encontrar animais sem a documentação legal necessária.
Outras multas, de aproximadamente R$ 280 mil, já haviam sido aplicadas em 2002 pelo mesmo motivo. Na mesma época, afirma Seino, foram constatados problemas nas instalações do criadouro e o local foi proibido pelo Ibama de receber novos animais ou distribuir os que abrigava.
O advogado da Casa da Tartaruga, Maurício Netto, disse que a decisão do Ibama será contestada judicialmente. Segundo ele, o registro do criadouro foi renovado em abril deste ano e o local investiu R$ 1,5 milhão no ano passado para adaptar as instalações a um laudo realizado pelo Ibama.
Quanto aos animais cuja procedência o Ibama contesta, Netto afirma que alguns foram doados e outros foram entregues à instituição pela Polícia Ambiental.
A documentação fornecida pelo proprietário do criadouro será encaminhada à polícia para averiguação, afirma Seino. Segundo ela, criadouros conservacionistas não podem receber doações.
Os animais que chegam a essas instituições devem ser encaminhados ao Ibama. "Hoje eles estão bem alojados, mas essa não é a questão. O problema é que ele tem um histórico administrativo ruim, com casos de recepção sem origem comprovada e destinação de animais sem autorização."


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