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AMBIENTE
Motivo foi a presença no local de animais sem origem comprovada; cerca de 180 bichos foram transferidos para o Zôo de SP
Ibama fecha criadouro e leva 180 animais
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
O criadouro Casa da Tartaruga,
em Carapicuíba (Grande São
Paulo), foi fechado anteontem pelo Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis). Cerca de
180 animais, incluindo macacos,
aves e serpentes, foram transferidos temporariamente para o Zoológico de São Paulo, de onde seguirão para novos criadouros.
Quatro onças, uma jaguatirica,
um ouriço e um veado continuam
no local, mas serão transferidos.
Segundo a analista ambiental
Jury Seino, 36, que coordenou a
operação, o principal motivo para
a cassação do registro de funcionamento foi a presença, no criadouro, de animais silvestres sem
origem comprovada. O criadouro
existe desde 1999.
A equipe do Ibama autuou o
proprietário do local, Richard
Rasmussen, em R$ 8.500 por encontrar animais sem a documentação legal necessária.
Outras multas, de aproximadamente R$ 280 mil, já haviam sido
aplicadas em 2002 pelo mesmo
motivo. Na mesma época, afirma
Seino, foram constatados problemas nas instalações do criadouro
e o local foi proibido pelo Ibama
de receber novos animais ou distribuir os que abrigava.
O advogado da Casa da Tartaruga, Maurício Netto, disse que a decisão do Ibama será contestada
judicialmente. Segundo ele, o registro do criadouro foi renovado
em abril deste ano e o local investiu R$ 1,5 milhão no ano passado
para adaptar as instalações a um
laudo realizado pelo Ibama.
Quanto aos animais cuja procedência o Ibama contesta, Netto
afirma que alguns foram doados e
outros foram entregues à instituição pela Polícia Ambiental.
A documentação fornecida pelo
proprietário do criadouro será
encaminhada à polícia para averiguação, afirma Seino. Segundo
ela, criadouros conservacionistas
não podem receber doações.
Os animais que chegam a essas
instituições devem ser encaminhados ao Ibama. "Hoje eles estão
bem alojados, mas essa não é a
questão. O problema é que ele
tem um histórico administrativo
ruim, com casos de recepção sem
origem comprovada e destinação
de animais sem autorização."
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