São Paulo, segunda-feira, 13 de julho de 2009

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MAURÍCIO LEÔNCIO BASBAUM (1932-2009)

Leoncinho e a repulsa ao capitalismo

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando Maurício Leôncio Basbaum nasceu, em meio à Revolução de 1932, seu pai estava preso em São Paulo. Sua mãe, então, mudou-se com o bebê para o Rio de Janeiro, onde tinha uma irmã.
Leoncinho, como era chamado na infância, era filho de Leôncio Basbaum, médico judeu e dirigente do PCB que publicou vários livros e morreu em 1969, aos 61, vitimado por um derrame.
Maurício nunca mais saiu do Rio: tornou-se torcedor do Botafogo, foi apaixonado pela Mangueira e vivia em Ipanema. Muito ligado ao pai, ficou extremamente abalado com sua morte, como lembra o irmão, o teatrólogo Hersch Basbaum.
Aprendeu em casa -onde morou por um tempo Luiz Carlos Prestes- a ter repulsa do capitalismo. Ateu, desprezava o que chamava de "mundo burguês". Não tirou documentos nem tinha conta em banco e dizia não pagar impostos para não "alimentar governos corruptos e socialmente injustos".
Passou a vida fazendo pequenos negócios para sobreviver. Casou-se, mas logo se separou. Recentemente, vivia com a companheira Gina, numa casa alugada na Tijuca. O irmão conta que Maurício não tinha preocupações em relação ao futuro. Quando o questionavam sobre o que faria da vida no dia seguinte, ele respondia, espantado: "Amanhã?!". Sua preocupação era o momento. Morreu quinta-feira (2), aos 76 anos, após uma parada cardíaca. Não deixa filhos.

obituario@grupofolha.com.br


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