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MAURÍCIO LEÔNCIO BASBAUM (1932-2009)
Leoncinho e a repulsa ao capitalismo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando Maurício Leôncio
Basbaum nasceu, em meio à
Revolução de 1932, seu pai
estava preso em São Paulo.
Sua mãe, então, mudou-se
com o bebê para o Rio de Janeiro, onde tinha uma irmã.
Leoncinho, como era chamado na infância, era filho
de Leôncio Basbaum, médico judeu e dirigente do PCB
que publicou vários livros e
morreu em 1969, aos 61, vitimado por um derrame.
Maurício nunca mais saiu
do Rio: tornou-se torcedor
do Botafogo, foi apaixonado
pela Mangueira e vivia em
Ipanema. Muito ligado ao
pai, ficou extremamente
abalado com sua morte, como lembra o irmão, o teatrólogo Hersch Basbaum.
Aprendeu em casa -onde
morou por um tempo Luiz
Carlos Prestes- a ter repulsa
do capitalismo. Ateu, desprezava o que chamava de
"mundo burguês". Não tirou
documentos nem tinha conta em banco e dizia não pagar
impostos para não "alimentar governos corruptos e socialmente injustos".
Passou a vida fazendo pequenos negócios para sobreviver. Casou-se, mas logo se
separou. Recentemente, vivia com a companheira Gina,
numa casa alugada na Tijuca.
O irmão conta que Maurício não tinha preocupações
em relação ao futuro. Quando o questionavam sobre o
que faria da vida no dia seguinte, ele respondia, espantado: "Amanhã?!". Sua preocupação era o momento.
Morreu quinta-feira (2),
aos 76 anos, após uma parada
cardíaca. Não deixa filhos.
obituario@grupofolha.com.br
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