|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Anos 90 marcam união do CV com o PCC
DA SUCURSAL DO RIO
A primeira grande quadrilha
criminosa do Rio surgiu nos anos
60. O bando era liderado por Lúcio Flávio Vilar Lírio, que chefiava
cerca de 50 criminosos. O bando
assaltava bancos e sequestrava.
Lúcio Flávio foi o criador da frase "Bandido é bandido, polícia é
polícia" e chegou a denunciar policiais envolvidos com a criminalidade. Antes de ser assassinado,
em 1975, no presídio da Frei Caneca, ele acumulava 32 fugas, 73
processos e 530 inquéritos por
roubo, assaltos e estelionato.
As grandes quadrilhas do tráfico de drogas no Rio surgiram na
década de 70, com a formação da
facção criminosa CV (Comando
Vermelho). O CV teve seu embrião no presídio da Ilha Grande
(litoral do Estado do Rio), a partir
de contatos entre criminosos comuns e presos políticos.
Com o lema "Paz, Justiça e Liberdade", os integrantes do CV
não brigavam entre si e praticavam uma política assistencialista
nas comunidades que dominavam. Ninguém invadia a favela do
outro. Quando algum membro da
facção era preso, os que estivessem em liberdade eram obrigados
a sustentar sua família.
No início dos anos 90, quase todos os chefões do CV estavam
presos ou foram mortos, o que
culminou com a ascensão de jovens traficantes dentro da facção,
como Márcio Nepomuceno, o
Marcinho VP.
Os novos líderes se opunham à
política exercida pelos antigos
chefes. Eles se caracterizavam por
ações de extrema violência nas
comunidades que dominavam,
consumiam drogas e se recusavam a sustentar famílias de cúmplices presos.
Inconformados com o desrespeito aos antigos métodos do CV,
traficantes como Darcy Silva Filho, o Cy de Acari, e Romildo Souza da Costa, o Miltinho do Dendê,
decidiram fundar o TC (Terceiro
Comando).
Em uma das desavenças do CV,
Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê,
matou Orlando da Conceição, o
Orlando Jogador. Uê foi expulso
da facção e criou a ADA (Amigo
dos Amigos).
No fim da década de 1990, o TC
se aliou à ADA e se tornou tão poderoso quanto o CV, que, enfraquecido, teve que firmar uma
aliança com a facção paulista PCC
(Primeiro Comando da Capital),
para não ser sufocado pelos rivais.
(MHM)
Texto Anterior: Prisão de líderes não enfraquece as quadrilhas Próximo Texto: Polícia fora da lei: Carta gera crise entre Estado e OAB Índice
|