São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

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IRACEMA SILVA SAMPAIO DE BARROS (1938-2011)

Cozinheira especialista em mandioca

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Quando foi morar em Campo Grande (MS), em 1954, a baiana Iracema Sampaio era convocada pelos amigos para fazer vatapá ou acarajé. Mas foi a comida tipicamente sul-mato-grossense que a transformou numa cozinheira famosa.
Como ela pegou gosto pelos pratos do Estado que adotou para viver ninguém sabe ao certo. Outra incógnita é sobre como a mandioca virou a principal matéria-prima de suas invenções.
Iracema era capaz de criar qualquer coisa com a raiz, fosse doce ou salgada. Uma de suas especialidades mais excêntricas era o suco de mandioca. "Ela fazia questão de oferecer para quem fosse visitá-la", afirma a amiga Olinda Matsuda, que jura ter gostado do refresco.
Os quitutes eram servidos num bufê da cidade, mas todas as receitas -inclusive a do suco- também estão nos três livros que ela escreveu: "Cheiros e Sabores de Mato Grosso do Sul" (2000), "Mani-oca" (2005) e "Milho: Sabor do Brasil" (2011).
Além das criações da cozinheira, as publicações também trazem pratos típicos do Mato Grosso do Sul.
Um quarto livro, com a sua biografia, está pronto. A família pretende lançar "No Reino do Rei José e a Dinastia dos Silva" no dia 23, quando ela completaria 73 anos.
Morreu no sábado (6), aos 72, de câncer no pulmão. Deixa três filhos, todos adotivos.
Viúva desde 2005, era casada com o ambientalista Francisco Anselmo de Barros, 65, o Franselmo, que morreu após atear fogo ao corpo durante protesto contra um projeto do ex-governador de MS Zeca do PT.

coluna.obituario@uol.com.br


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