São Paulo, quinta, 13 de agosto de 1998

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SEGURANÇA
Maior parte das vagas servirá para abrigar presos que estão nas delegacias
Novas cadeias em São Paulo não esvaziam Carandiru

RICARDO ZORZETTO
da Reportagem Local

O governo do Estado não deverá conseguir desativar a Casa de Detenção do Carandiru, na zona norte de SP, até o final deste ano.
De acordo com o governador em exercício, Geraldo Alckimin, as 18.380 vagas que deverão ser entregues até o final de novembro serão suficientes para retirar os presos condenados dos distritos policiais da cidade de São Paulo e da região metropolitana, das maiores cidades de interior e cerca de 3.500 presos da Casa de Detenção.
"Para a desativação da Casa de Detenção será necessária a construção de mais algumas penitenciárias", disse João Benedicto de Azevedo Marques, secretário da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo.
O governo pretende construir outras 12 penitenciárias no Estado de São Paulo em parceria com o governo federal, mas não há previsão para o início das obras.
Segundo o governo, os projetos estão prontos e os locais determinados, mas depende da liberação de verbas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), prevista para ocorrer em 1999.
Na sexta-feira, dia 14, o governo inaugura penitenciária Luiz Gonzaga Vieira, em Pirajuí (400 km a noroeste de SP), com 852 vagas para presos de regime fechado.
Essa será a primeira das 24 penitenciárias -três delas de regime semi-aberto- previstas para ser entregues até o final de novembro.
Em agosto, outras três penitenciárias deverão ficar prontas. No dia 21, deverá ser entregue a penitenciária de Casa Branca (265 km a norte de SP), com 852 vagas, a do município de Álvaro de Carvalho (443km a noroeste da capital), no dia 28, e a de Avaré (distante 268 km a oeste de SP), no dia 29.
"A prioridade será a retirada dos presos condenados que estão nos distritos policiais da capital, onde a situação de superlotação é mais urgente", disse o governador em exercício.
Em seguida, deverão ser transferidos os presos dos DPs da região metropolitana de São Paulo e das cidades do interior do Estado, onde há problema de superlotação.
A meta é transferir 320 presos para o sistema penitenciário no mês de agosto, 1.120, em setembro e mais 3.780, em outubro. Com a transferência desses 5.220 presos, o governo espera até o final de outubro ter transferido todos os condenados dos DPs da cidade de São Paulo e da região metropolitana.
Os primeiros presos a ser transferidos serão os do 51º DP (Butantã). Ao todo, 80 presos condenados irão no dia 19 para a Casa de Detenção, para adaptação ao sistema penitenciário. No dia 20, outros 80 presos da penitenciária serão transferidos de avião Hércules C-130, da Força Aérea, para a penitenciária de Pirajuí.



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