São Paulo, quarta-feira, 13 de setembro de 2000

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TRANSPORTE
A companhia não sabe das causas do acidente, que ocorreu na madrugada de ontem; ninguém ficou ferido
Dois vagões da CPTM saem dos trilhos

CAMILA TOSELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois vagões de um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) descarrilaram na madrugada de ontem, à 0h35, entre as estações Engenheiro Goulart e Tatuapé, na zona leste da cidade de São Paulo.
Não houve nenhum ferido. O trem estava com poucos passageiros, mas a companhia não tem a informação de quantos eram aproximadamente.
Segundo a CPTM, o movimento nas duas estações é de aproximadamente 1.000 passageiros no horário de pico.
As linhas entre as estações ficaram interrompidas até as 8h20, quando voltaram a funcionar parcialmente. O trajeto de 4 km que normalmente que é feito em sete minutos, levava 20.
Cerca de 50 ônibus do Paese (Plano de Apoio às Empresas em Situações de Emergência) fizeram o transporte dos passageiros no trecho paralisado. O serviço funcionou até as 8h40.
A assessoria de imprensa da CPTM não informou a causa do descarrilamento. Disse apenas que uma sindicância vai ser aberta para apurar os motivos do acidente e que o laudo deve ficar pronto em 30 dias.
Outra ocorrência foi registrada ontem na linha Osasco-Jurubatuba. Um andarilho foi atropelado às 7h15 nas imediações da estação Granja Julieta por um trem ia no sentido Osasco.
Segundo informou a assessoria de imprensa da companhia, após o atropelamento, o maquinista parou o trem e, ao constatar a morte do andarilho, ele teria tirado o corpo de cima dos trilhos e seguido a viagem.
A CPTM informou que o procedimento é usual. De acordo com assessoria, a norma da companhia estabelece que, nesse caso, os funcionários podem retirar o corpo e prosseguir a viagem.
Os atropelamentos nas linhas da CPTM mataram 375 pessoas nos últimos quatro anos.
Nos últimos cinco anos, pelo menos três acidentes graves envolveram trens em São Paulo, matando dez pessoas e ferindo 129.
O mais grave deles aconteceu no último dia 28 de julho, na linha Barra Funda-Francisco Morato. Laudo elaborado por uma comissão técnica da da empresa descartou a possibilidade de ter ocorrido problema técnico, apesar de a energia ter caído e de os freios não terem sido suficientes para segurar a composição.
No último dia 17, o presidente da CPTM, Oliver Hossepian Salles de Lima, admitiu que o governo do Estado não tem recursos suficientes para manter um nível satisfatório de segurança no transporte feito pela companhia.


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