Nesta semana, o "Painel do Leitor" publicou uma longa carta assinada por Inocêncio Oliveira, em que o deputado federal do PFL contestava as afirmações desta coluna sobre a existência de trabalho escravo em uma fazenda que já foi de propriedade dele.
Trago a questão para este espaço, pois o leitor mais atento já deve ter notado que me recuso a usar o "solo sagrado" do "Painel" para bater boca com leitores ou rebater acusações de pessoas citadas na coluna.
O senhor Inocêncio Oliveira menciona em sua missiva que "não existe trabalho escravo na fazenda Caraíbas". Diz também que "a contratação dos trabalhadores na fazenda era terceirizada, e a responsabilidade por eventuais irregularidades cabia aos contratantes".
Muito bem. Uma vez que o ministro do Trabalho e Emprego, Paulo Jobim Filho, considerou improcedentes as acusações que constam de relatório elaborado pelo seu próprio ministério, eu não tenho muito mais a dizer. Apenas gostaria de lembrar ao deputado de que a prática de contratar "gatos" na área rural é condenada pelo Ministério do Trabalho. A subempreita de mão-de-obra é uma maneira de burlar a lei e a vinculação à propriedade e submete os trabalhadores rurais a verdadeiros atos de escravidão. As fotos da "Veja", repito, falam por si. Não é à toa que, em sua carta, o senhor Inocêncio Oliveira admite que a questão foi parar no Ministério do Trabalho e que os empreiteiros foram obrigados a pagar indenizações aos empregados. Com isso, Culpádio ou Inocêncio, eu encerro o assunto por aqui.

Já se passaram dias desde que o candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, Paulo Pereira da Silva, cometeu a agressão acéfala, preconceituosa e infantil de tachar a controladora Anadyr Rodrigues de mal-amada. Mas, até agora, poucos se insurgiram contra a infelicidade da declaração. Chamar uma senhora de uma certa idade de mal-amada é covardia. Só porque é mulher, tem de ser catalogada como bem ou mal-amada. E só porque é mais velha, tem de ser classificada como infeliz e funesta. Na minha humilde opinião, quem anda dando sinais de que está precisando relaxar um pouco é o senhor Paulo Pereira da Silva. Alô, candidato! Vai um chazinho de camomila aí?
O que a polícia está esperando para tomar providências contra os ladrões de notebook que dominaram a região da av. Luiz Carlos Berrini?

QUALQUER NOTA

Haraquiri eleitoral
Luiza Erundina está, sim, concorrendo a deputada federal. Mas quem assiste ao horário eleitoral não sabe disso, já que a ex-prefeita sumiu da propaganda do PSB. A obscuridade é voluntária. Erundina não quer nem saber de ter a imagem associada ao candidato de seu partido, Anthony Garotinho.

Joie-de-vivre
Pode ser só impressão minha, mas, a cada dia que passa, FHC parece mais disposto. A lei da gravidade, que age sobre nós, aparentemente não afeta o presidente. Ele está tão bem que dá ares de ter tirado a sorte grande.

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