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Telefonemas de namorada de coronel são investigados
Carla Cepollina, que namorava o coronel Ubiratan, depôs ontem na polícia
Também foram solicitados dados telefônicos da mãe de Carla, de uma delegada, de um assessor, de um filho de Ubiratan e do próprio coronel
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia de São Paulo pediu à
Justiça, no começo da noite de
ontem, a quebra do sigilo telefônico da advogada Carla Cepollina, 40, namorada do coronel
da reserva da PM e deputado
estadual Ubiratan Guimarães,
63, assassinado com um tiro no
abdômen no sábado, em seu
apartamento, nos Jardins (zona oeste de SP).
Além de Carla, foram pedidos ainda os dados telefônicos
da mãe dela, a também advogada Liliana Prinzivalli, da delegada da Polícia Federal do Pará
Renata Azevedo dos Santos
Madi, amiga do coronel, de um
assessor do deputado, de um
dos três filhos de Ubiratan e
também do próprio coronel.
O pedido deve ser analisado
hoje pelo juiz Richard Chequini, do 1º Tribunal do Júri. No
total, a polícia pediu a quebra
de sigilo de mais de dez telefones fixos e celulares.
A intenção é tentar esclarecer o crime por meio das ligações recebidas pelo coronel
que, em 1992, comandou a PM
na ação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos.
Carla admitiu anteontem à
polícia, durante depoimento
informal, ter discutido com o
coronel no dia em que ele foi assassinado. O motivo da discussão, segundo a polícia, foi o fato
de Renata ter telefonado para
Ubiratan no dia do crime.
Amigos afirmam que a delegada da PF era amiga do coronel há muito tempo e que, apesar de os dois nunca terem se
relacionado amorosamente,
Carla tinha muito ciúmes dela.
Carla prestou depoimento
formal ontem à polícia sobre o
caso. A advogada começou a ser
ouvida pela polícia às 11h e continuava depondo até a conclusão desta edição. Segundo a Folha apurou, Carla voltou a negar a autoria do crime.
A mãe de Carla afirmou que a
quebra dos sigilos telefônicos
dela e da filha "será positiva"
para comprovar que a sua filha
não tem nenhuma ligação com
o assassinato de Ubiratan.
Briga
Em depoimento ontem à PF
em Belém, a delegada Renata
Azevedo Madi, que ligou para o
celular de Ubiratan pouco antes de sua morte, afirmou que
ele e Carla estavam discutindo
naquele momento.
Segundo o delegado da PF
Uálame Machado, que tomou o
depoimento de Renata, ela foi
atendida por Carla nas duas vezes em que ligou -diz que não
conseguiu falar com o coronel
em nenhuma delas.
"Na primeira, Carla informou [a Renata] que ele estava
dormindo; na segunda, que eles
estavam brigando", contou Renata a Machado.
A delegada paulista está alocada em Belém há apenas dois
meses e disse que conheceu
Ubiratan há cerca de seis anos,
num clube de tiro freqüentado
por ambos.
Ela afirmou ainda que não tinha problemas de relacionamento com Carla, e que as duas
eventualmente até se falavam
ao telefone. Uálame conta que
Renata se apresentou voluntariamente para prestar depoimento porque achou que a informação de que o casal brigava
quando ela ligou seria útil para
a investigação.
(GILMAR PENTEADO, KLEBER TOMAZ E
PAULO SAMPAIO)
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