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Homem morre ao cair no poço do elevador
Mohamed Abdul Baki , comerciante aposentado de 81 anos, caiu do 11º andar do prédio onde morava com a família
Equipamento passou por manutenção na tarde do acidente; polícia poderá indiciar culpados por homicídio culposo
DO "AGORA"
Um comerciante aposentado
de 81 anos morreu ao cair do 11º
andar no poço do elevador de
um prédio, no centro de Mogi
das Cruzes (na Grande São
Paulo), anteontem.
O sírio Mohamed Abdul Baki
havia saído de casa ao meio-dia
para buscar um exame e fazer
compras. Assustada diante da
demora de Baki para voltar para casa, a família simulou o trajeto que ele faria naquele dia e
descobriu que não havia passado em nenhum dos lugares programados. O aposentado foi encontrado no poço do elevador,
por volta das 18h.
O elevador provavelmente
estava no 12º andar quando o
aposentado abriu a porta -senão ele teria caído sobre a cabine, e não no poço. Após a queda,
o corpo ainda foi atingido pelo
elevador.
"Minha mulher começou a
dizer que ele não havia saído do
prédio. Coincidiu de eles [funcionários da ThyssenKrupp,
empresa responsável pelos elevadores] estarem fazendo manutenção. Ela olhou e viu o corpo dele", contou o filho do aposentado, o jornalista Haisem
Abaki, 43 anos.
A empresa ThyssenKrupp
fez manutenção no elevador no
dia do acidente, mas afirma que
só chegou ao prédio no final da
tarde -após o acidente. Técnicos de manutenção realizaram
vários testes.
Especialistas consultados
pela reportagem afirmam que
só há duas possibilidades de
que a porta abra sem que o elevador esteja no andar.
A primeira é que tenha sido
destravada com uma chave
apropriada (ou à força, com objeto semelhante). A outra hipótese é que a trava estivesse com
defeito. Segundo o engenheiro
Hélio Ramacciotti, perito da
Polícia Técnico-Científica, é
improvável que um idoso de 81
anos conseguisse forçar a porta
a ponto de quebrar a trava.
Investigação
Para o delegado do 1º DP de
Mogi, Marcos Batalha, alguém
errou durante o processo de
manutenção do elevador. "Vamos descobrir quem destravou
a porta." O delegado adiantou
que, caso tenha havido falha
humana, o responsável será indiciado por homicídio culposo
(sem intenção).
Vizinho de Baki, o bancário
João Machado, 42, afirmou que
não havia nenhum aviso informando que o elevador estava
em manutenção. A informação
será apurada pela polícia.
Baki e a mulher haviam se
mudado de uma casa térrea para o condomínio Stella Maris
por questão de segurança. "Ladrões já haviam entrado na casa deles e surgiu uma oportunidade de irem para um apartamento", contou o filho do comerciante aposentado.
De acordo com Haisem, a família demorou a perceber o sumiço porque ele costumava demorar nas compras. "Ele parava para conversar com todo
mundo", disse o filho.
A ThyssenKrupp, que é fabricante do equipamento, não informou por que a porta
abriu."A empresa aguarda o resultado da perícia técnica para
se pronunciar", afirmou, por
meio de nota.
(ARTUR RODRIGUES)
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