São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2007

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Homem morre ao cair no poço do elevador

Mohamed Abdul Baki , comerciante aposentado de 81 anos, caiu do 11º andar do prédio onde morava com a família

Equipamento passou por manutenção na tarde do acidente; polícia poderá indiciar culpados por homicídio culposo

DO "AGORA"

Um comerciante aposentado de 81 anos morreu ao cair do 11º andar no poço do elevador de um prédio, no centro de Mogi das Cruzes (na Grande São Paulo), anteontem.
O sírio Mohamed Abdul Baki havia saído de casa ao meio-dia para buscar um exame e fazer compras. Assustada diante da demora de Baki para voltar para casa, a família simulou o trajeto que ele faria naquele dia e descobriu que não havia passado em nenhum dos lugares programados. O aposentado foi encontrado no poço do elevador, por volta das 18h.
O elevador provavelmente estava no 12º andar quando o aposentado abriu a porta -senão ele teria caído sobre a cabine, e não no poço. Após a queda, o corpo ainda foi atingido pelo elevador.
"Minha mulher começou a dizer que ele não havia saído do prédio. Coincidiu de eles [funcionários da ThyssenKrupp, empresa responsável pelos elevadores] estarem fazendo manutenção. Ela olhou e viu o corpo dele", contou o filho do aposentado, o jornalista Haisem Abaki, 43 anos.
A empresa ThyssenKrupp fez manutenção no elevador no dia do acidente, mas afirma que só chegou ao prédio no final da tarde -após o acidente. Técnicos de manutenção realizaram vários testes.
Especialistas consultados pela reportagem afirmam que só há duas possibilidades de que a porta abra sem que o elevador esteja no andar.
A primeira é que tenha sido destravada com uma chave apropriada (ou à força, com objeto semelhante). A outra hipótese é que a trava estivesse com defeito. Segundo o engenheiro Hélio Ramacciotti, perito da Polícia Técnico-Científica, é improvável que um idoso de 81 anos conseguisse forçar a porta a ponto de quebrar a trava.

Investigação
Para o delegado do 1º DP de Mogi, Marcos Batalha, alguém errou durante o processo de manutenção do elevador. "Vamos descobrir quem destravou a porta." O delegado adiantou que, caso tenha havido falha humana, o responsável será indiciado por homicídio culposo (sem intenção).
Vizinho de Baki, o bancário João Machado, 42, afirmou que não havia nenhum aviso informando que o elevador estava em manutenção. A informação será apurada pela polícia.
Baki e a mulher haviam se mudado de uma casa térrea para o condomínio Stella Maris por questão de segurança. "Ladrões já haviam entrado na casa deles e surgiu uma oportunidade de irem para um apartamento", contou o filho do comerciante aposentado.
De acordo com Haisem, a família demorou a perceber o sumiço porque ele costumava demorar nas compras. "Ele parava para conversar com todo mundo", disse o filho.
A ThyssenKrupp, que é fabricante do equipamento, não informou por que a porta abriu."A empresa aguarda o resultado da perícia técnica para se pronunciar", afirmou, por meio de nota.
(ARTUR RODRIGUES)


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