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1/5 sai do colegial com matemática de 4ª série
Só 11% dos alunos do 3º ano têm conhecimento adequado a seu nível
Para Mozart Neves Ramos, presidente do Todos Pela Educação, faltam professores com formação específica
ANTÔNIO GOIS
DO RIO
Um quinto dos alunos que
terminam o ensino médio no
Brasil não sabe em matemática nem o que se espera para
um estudante do 5º ano (ou
4ª série) do fundamental.
Apenas 11% têm conhecimento adequado para este
nível de ensino na disciplina.
No caso dos estudantes
com conhecimento abaixo
do 5º ano, isso significa que
fazem apenas operações básicas como soma e divisão.
Ao se depararem com gráficos com mais de uma coluna ou na hora de converter
medidas -como quilogramas em gramas- apresentam dificuldades.
Os dados foram obtidos
pela Folha a partir da Prova
Brasil e do Saeb, exames do
Ministério da Educação que
avaliam alunos de escolas
públicas e particulares em
matemática e português.
Entre todos os níveis analisados -a prova avalia alunos no 5º e 9º anos do fundamental, além da última série
do médio-, o pior desempenho foi em matemática no 3º
ano do antigo colegial.
Na comparação com 2005,
o resultado de 2009 de alunos com nível adequado caiu
de 13% para 11% .
Se, ao final do ciclo básico
escolar, os resultados são desanimadores, no início há sinais de mudança. Em matemática, aumentou de 20%
para 33% o percentual de
alunos com conhecimento
adequado no 5º ano.
A divisão dos alunos em
níveis adequados ou não é
feita a partir dos resultados
fornecidos pelo Inep (órgão
do MEC responsável pelas
avaliações), mas usando a
escala do movimento Todos
Pela Educação, que cobra do
poder público metas a serem
atingidas até 2022.
O MEC apenas informa a
distribuição dos alunos em
14 níveis de aprendizado,
sem utilizar termos como
adequado ou avançado.
Mozart Neves Ramos, presidente do Todos Pela Educação, destaca que, em português, varia pouco o total de
alunos com conhecimento
adequado nos três níveis.
Já em matemática, o que se
observa é uma queda brutal,
com um percentual de 33%
nos anos iniciais e de apenas
11% ao final do ensino médio
com aprendizado adequado.
"O problema em matemática é que, no início, é mais
fácil ensinar as operações básicas. Nos níveis seguintes,
no entanto, a matéria fica
muito mais complexa, e faltam professores com formação específica", diz Ramos.
IMPACTO DA ESCOLA
Paula Louzano, pesquisadora com doutorado em Política Educacional pela Universidade Harvard (EUA),
lembra que a análise do desempenho em matemática
costuma refletir mais o impacto da escola, já que, em
português, o conhecimento
do aluno é mais influenciado
pela escolaridade da família.
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