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PRODUTIVOS
Ronaldo Sardenberg elogia pesquisa feita pela Folha
Cientistas aprovam "Ranking da Ciência"
da Redação
Pesquisadores e autoridades governamentais entrevistados ontem pela Folha elogiaram o caderno especial "Ranking da Ciência",
em que foram apresentados os
nomes de 494 pesquisadores das
áreas de bioquímica, física, matemática e química com trabalhos
de maior repercussão na comunidade científica internacional.
"O trabalho da Folha é uma excelente contribuição ao debate sobre ciência e tecnologia no Brasil",
afirmou o ministro da Ciência e
Tecnologia, Ronaldo Sardenberg.
"Nota-se que há uma presença
respeitável da ciência brasileira
no panorama internacional", disse o ministro. "Esses resultados
são consequência de um investimento estável nos últimos anos".
"A listagem é uma amostragem
representativa da excelência em
nosso sistema de pesquisa nas
áreas de física, química, matemática e bioquímica", disse José Fernando Perez, 138º na lista dos físicos, e diretor-científico da Fapesp
(Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo).
"O número de pesquisadores
superando as marcas estipuladas
para as respectivas áreas testemunha o vigoroso desenvolvimento
da ciência brasileira nas últimas
décadas", afirmou Perez, que
considerou o levantamento da
Folha "muito bem feito".
O diretor-científico da Fapesp
ressaltou, porém, que a sistemática adotada no "Ranking" não
consegue captar toda a excelência
instalada no sistema.
"Além de praticamente excluir
jovens pesquisadores, o critério
de número de citações não conseguiria, por exemplo, se aplicado
no de 1870 a 1905, reconhecer a
importância da obra de Gregor
Mendel (1822-1884), o inventor
da genética, que tendo publicado
seus resultados em 1865 teve sua
obra praticamente ignorada até
1905", disse Perez.
Para a bioquímica Glacy Zancan, da Universidade Federal do
Paraná, e presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o aspecto mais importante do "Ranking" é que ele
mostra a presença da ciência brasileira no contexto mundial.
"Essas listas conseguem mostrar diferentes gerações de pesquisadores", disse Zancan, "mas
o trabalho deveria ter comparado
os índices médios de impacto médio do Brasil e de outros países".
Oscar Hipólito, 41º na lista dos
físicos e pró-reitor de Graduação
na Uniban (Universidade Bandeirante), disse que é importante que
a sociedade tenha informações
sobre o desempenho de seus cientista e instituições.
"Acho que o trabalho da Folha
atende aos objetivos que pretendeu alcançar", disse Hipólito, que
foi incorretamente mencionado
no "Ranking" como ainda vinculado ao Instituto de Física de São
carlos, da USP (Universidade de
São Paulo), onde desenvolveu toda a sua atividade de pesquisa.
O geógrafo Aziz Nacib Ab'Sáber, do Instituto de Estudos
Avançados da USP e ex-presidente da SBPC (1993-1995), afirmou
que uma das principais limitações
do método adotado no trabalho
da Folha está em não poder considerar adequadamente toda a
produção dos cientistas ao longo
de sua vida produtiva.
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