São Paulo, Quarta-feira, 13 de Outubro de 1999
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Superlotação frustra fiéis 'atrasados'

da Sucursal do Rio

A superlotação do Maracanã pouco depois da abertura dos portões, às 11h, frustrou quem chegou ao estádio mais tarde e não conseguiu entrar para assistir à celebração organizada pela Arquidiocese do Rio e pelo movimento Renovação Carismática.
"Uma desilusão. Eu pensei que poderia ver o padre Marcelo, mas não foi dessa vez. Vou para casa porque estou com medo de que aconteça alguma coisa errada aqui", disse, por volta das 13h30 de ontem, Marta Rocha Carneiro, 34, grávida de sete meses e que foi ao Maracanã com o marido e os três filhos.
Eliana Magalhães chegou após os portões terem sido fechados. Não desistiu. Perambulou pelas proximidades do Maracanã com o pai, Abdias Braga de Lima, que usava uma máscara cirúrgica por causa de um câncer na garganta, até as 15h30, quando a Suderj (órgão que administra o estádio) decidiu reabrir os portões.
"Foi Deus quem nos ajudou. Não podíamos ficar sem receber a bênção dos padres. Meu pai veio só para isso", disse.
Apesar de ter saído às 5h de sua casa, em Vigário Geral (zona norte do Rio), "para louvar a Deus" no Maracanã, Amaury Silva, 24, não conseguiu assistir à celebração ontem. Ele era um dos primeiros na fila para entrar, mas, quando os portões foram abertos, tropeçou e torceu o pé.
Silva foi levado de ambulância para o hospital. "Está muito inchado e doendo muito. É uma pena, queria tanto louvar a Deus", disse, ao ser levado.

Ambulantes
Apesar da superlotação do estádio, o dia não foi bom para alguns comerciantes e ambulantes.
Vendedores de camisetas com imagens religiosas ficaram com produtos encalhados.
Os bares à volta do estádio estavam vazios.
"Estou desiludido com as vendas. O pessoal aqui passa direto e nem olha", queixou-se Rubens Leal, 50, chileno, que vendia camisetas com as imagens de Nossa Senhora e do padre Marcelo Rossi a R$ 6 cada uma.
"Nem trouxe cerveja para cá, só Coca-Cola. Se trouxesse, era encalhe certo", disse ontem o ambulante Marcos Cavalcante.


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