São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007

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Receita diz não ter como verificar todos os produtos

Delegado em Dourados (MS) afirma que não houve má-fé na distribuição de brinquedos

Segundo delegado, fiscais podem não descobrir que há droga escondida em mercadorias apreendidas ao destiná-las a doação ou leilão

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O delegado da Receita Federal em Dourados (MS), Marcelo Rodrigues de Brito, afirmou ontem que o órgão não tem condições de fiscalizar todo o material apreendido que é posteriormente destinado a doação ou leilão. Ele disse que "com certeza não houve má-fé" na distribuição dos brinquedos, mas admitiu que "há sempre o risco" de haver drogas escondidas em mercadorias trazidas do Paraguai e apreendidas em Mato Grosso do Sul.
Segundo o delegado, os fiscais podem não descobrir que há droga escondida ao destinar produtos para doação ou leilão, pois não é feito um controle de cada item apreendido.
"Não é a primeira vez [que isso acontece]. Já aconteceu de carros irem a leilão e encontrarem drogas escondidas neles."
Ocorrem diariamente, de acordo com Brito, apreensões de grande quantidade de brinquedos trazidos do Paraguai para venda em bancas de camelôs nas cidades brasileiras. A cidade de Eldorado está situada na região da fronteira.
O brinquedo com a cocaína e o dinheiro falso doado à escola saiu provavelmente do depósito da Receita em Mundo Novo (MS), segundo o delegado. Em março, saiu do mesmo depósito material escolar apreendido em fiscalização na fronteira que acabou doado à Secretaria da Educação de Mundo Novo.
De acordo com Brito, os depósitos da Receita não têm espaço para tantas mercadorias apreendidas e, por essa razão, após concluído o processo administrativo de apreensão, os produtos são doados. A Receita só destrói cigarros.
Há uma cota de US$ 300 (R$ 537) em mercadorias que cada pessoa pode trazer do Paraguai. As apreensões ocorrem quando os fiscais verificam que elas são destinadas à venda no Brasil. Só em julho, afirmou, o volume de apreensões superou o de todo o ano passado. Isso ocorreu, disse, em razão da fiscalização mais rigorosa em Foz do Iguaçu (PR), levando os sacoleiros a utilizar uma nova rota.


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