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Receita diz não ter como verificar todos os produtos
Delegado em Dourados (MS) afirma que não houve má-fé na distribuição de brinquedos
Segundo delegado, fiscais podem não descobrir que há droga escondida em mercadorias apreendidas ao destiná-las a doação ou leilão
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O delegado da Receita Federal em Dourados (MS), Marcelo
Rodrigues de Brito, afirmou
ontem que o órgão não tem
condições de fiscalizar todo o
material apreendido que é posteriormente destinado a doação ou leilão. Ele disse que
"com certeza não houve má-fé"
na distribuição dos brinquedos,
mas admitiu que "há sempre o
risco" de haver drogas escondidas em mercadorias trazidas do
Paraguai e apreendidas em Mato Grosso do Sul.
Segundo o delegado, os fiscais podem não descobrir que
há droga escondida ao destinar
produtos para doação ou leilão,
pois não é feito um controle de
cada item apreendido.
"Não é a primeira vez [que isso acontece]. Já aconteceu de
carros irem a leilão e encontrarem drogas escondidas neles."
Ocorrem diariamente, de
acordo com Brito, apreensões
de grande quantidade de brinquedos trazidos do Paraguai
para venda em bancas de camelôs nas cidades brasileiras. A cidade de Eldorado está situada
na região da fronteira.
O brinquedo com a cocaína e
o dinheiro falso doado à escola
saiu provavelmente do depósito da Receita em Mundo Novo
(MS), segundo o delegado. Em
março, saiu do mesmo depósito
material escolar apreendido
em fiscalização na fronteira
que acabou doado à Secretaria
da Educação de Mundo Novo.
De acordo com Brito, os depósitos da Receita não têm espaço para tantas mercadorias
apreendidas e, por essa razão,
após concluído o processo administrativo de apreensão, os
produtos são doados. A Receita
só destrói cigarros.
Há uma cota de US$ 300 (R$
537) em mercadorias que cada
pessoa pode trazer do Paraguai.
As apreensões ocorrem quando
os fiscais verificam que elas são
destinadas à venda no Brasil. Só
em julho, afirmou, o volume de
apreensões superou o de todo o
ano passado. Isso ocorreu, disse, em razão da fiscalização
mais rigorosa em Foz do Iguaçu
(PR), levando os sacoleiros a
utilizar uma nova rota.
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