São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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JOÃO BATISTA MELO (1933-2008)

A onipresença rosa dos supermercados

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

João Batista Melo era figura de encher um ambiente, primeiro com o impacto do sorriso e das camisas cor-de-rosa ("que eram de macho"); e logo pelo perfume borrifado sem qualquer economia, que mudava sempre que ia trabalhar. E ele o fazia indefectivelmente todo dia. Tanto que, hoje, sua imagem se espalha por cada uma das lojas do Mercadinho São Luiz.
Tinha 11 anos quando começou a ajudar o pai no armazém de estivas em Fortaleza. "Dizia que a imagem que tinha da infância era ele passeando de mãos dadas com o pai no supermercado", diz a viúva. "Era o modelo dele para tudo na vida."
João fez administração nos EUA, para onde fora de navio, em 1954 (dizia ter ouvido pelo rádio sobre a morte de Getúlio Vargas). Ao voltar, virou sócio do pai, que morreu anos depois, deixando para ele o armazém de atacado que ele transformou em varejo, sob o slogan "Me acostumei com você".
"Na época da escassez do Sarney, uma senhora ficou dias sem leite. Sempre que chegava, tinha acabado. Pois ele soube e foi levar a caixa, ele mesmo, até a casa dela", diz a viúva. "Hoje, até as netas compram no São Luiz."
Por isso "existe o supermercado no Ceará antes e depois de João Batista Melo", frisa a viúva. "Até os concorrentes eram apaixonados por ele." Tinha cinco filhas, nove netos e "um coração enorme, literalmente". Foi a cardiopatia que o levou à morte, quarta, aos 75.

obituario@folhasp.com.br



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