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SEGURANÇA
Maioria dos paulistas rejeita desconto de dinheiro na conta telefônica para custeio da segurança
Pesquisa do governo derruba Taxa 190
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
O governador Mário Covas
(PSDB) desistiu ontem de enviar
o projeto da Taxa 190 para votação na Assembléia.
O motivo foi a derrota na pesquisa de opinião popular encomendada pelo próprio governo,
quase um mês depois de lançada a
idéia: 70% dos paulistas não querem pagar a taxa.
""A partir dessa pesquisa resolvi
não mandar mais. O projeto morreu", afirmou Covas.
A idéia do governo era cobrar
R$ 2,50 mensais sobre as contas
de telefone e investir esses recursos na compra de equipamentos
para as polícias Civil e Militar.
A pesquisa do Ibope, encomendada para decidir o futuro da taxa, ouviu 2.000 pessoas esta semana em várias regiões do Estado.
A discussão da proposta custou
cerca de R$ 2 milhões em menos
de um mês, gastos com uma campanha publicitária e com a pesquisa. Esse dinheiro seria suficiente para construir duas unidades da Febem com capacidade para 80 adolescentes cada.
""Da minha parte o projeto não
volta. Foi feita a proposta, houve
debate e a sociedade não aceitou.
Continuo a trabalhar para manter
a polícia como a melhor do país",
disse o secretário da Segurança,
Marco Vinicio Petrelluzzi.
Segundo o secretário, 95% do
orçamento da Segurança Pública
é gasto com salários. O que sobra
é insuficiente para investimentos,
conforme disse quando a idéia foi
lançada, há um mês. A taxa deveria render cerca de R$ 300 milhões
anuais ao governo.
Pesquisa
Do total de entrevistados, 74%
disseram ter conhecimento sobre
a proposta do governo e 45%
acharam caro o valor de R$ 2,50
por mês. Quanto mais linhas,
maior seria a contribuição.
Mesmo se o preço da taxa fosse
menor, ainda haveria rejeição à
cobrança. Apenas 45% afirmaram ser mais favoráveis à redução
da tarifa, contra 51% que pensam
o contrário.
A pesquisa também mostrou
desconfiança da população com o
destino dos recursos: 68% dos entrevistados disseram que aceitariam mais a taxa se o dinheiro arrecadado fosse realmente utilizado para modernizar as polícias.
""A comparação com a CPMF
estragou tudo", disse Osvaldo
Martins, secretário de Comunicação, que coordenou a campanha
pró-cobrança e a pesquisa encomendada ao Ibope.
A CPMF (Cobrança Provisória
sobre Movimentação Financeira),
criada pelo governo federal, previa a destinação do dinheiro para
a saúde, mas acabou tendo a verba destinada a outros setores.
Segundo Martins, diferente da
CPMF, a taxa não entraria na conta central do governo. Iria para
um fundo, fiscalizado pela sociedade, vinculado à compra de
equipamentos para as polícias.
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