São Paulo, quarta-feira, 13 de novembro de 2002

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ROUBO DE CARGA

Presa quadrilha que atuava em seis Estados

ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal realizou ontem uma operação em seis Estados para desmantelar uma organização criminosa que atuava no furto e roubo de cargas e veículos. Foram presas 28 pessoas -entre elas seis policiais civis-, e efetivados 52 mandados de busca e apreensão em Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Mais de 250 homens participaram da operação, batizada de Carga Pesada.
Os seis policiais presos são da Delegacia de Furto e Roubo de Veículos de Goiânia. Outro policial da delegacia está foragido. A operação foi realizada com o conhecimento do governo de Goiás.
Segundo o delegado Reinaldo de Almeida César, chefe da assessoria de comunicação da PF, os policiais davam cobertura à quadrilha, avisando sobre investigações em andamento. Agora será apurado se, além dos policiais, havia outros funcionários de órgãos públicos envolvidos.
As investigações começaram em janeiro, com um trabalho de inteligência que contou com fotos, filmagens e grampos telefônicos autorizados pela Justiça.
Foi constatado que a quadrilha, além de atuar no furto e roubo de cargas, caminhões e carros de luxo, aplicava golpes contra seguradoras e clonava automóveis. "Eles forjavam laudos de vistoria do Detran e documentos de transferências de veículos. Para modificar o número do chassi, eram recrutados ex-funcionários de montadoras", disse o delegado.
Além dos policiais, a quadrilha envolvia despachantes, agiotas, fornecedores de peças e pessoas que forneciam CPF e contas bancárias para atividades ilícitas.
Os policiais também estouraram ontem um desmanche de veículos em Goiânia. No local, foram achados 30 caminhões. Segundo a PF, depois de roubados, eles eram remontados e vendidos em outro Estado, assim como as cargas e os carros de passeio.
Os quatro líderes da quadrilha foram presos em diferentes Estados: Sérgio Augusto Bona, em Goiânia (GO), José Benedito Pereira, em São José dos Campos (SP), Dalmo César da Rocha, em Belo Horizonte (MG), e Adão Mazeto, em Cuiabá (MT).
Os depoimentos estavam sendo ouvidos ontem. A PF não divulgou qual foi a alegação dos presos nem se eles tinham advogados.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou que vai demitir os policiais envolvidos.


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