São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Aeroportos voltam a registrar atrasos de vôos de até 8 horas

Presidente da Infraero não soube explicar motivo de atraso e admitiu problemas

Em Congonhas, vôo da TAM, de Salvador, previsto para chegar às 11h30 aterrissou às 19h10; não é possível saber se situação será resolvida hoje


DA REVISTA DA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

Mais de uma semana após o apagão aéreo que paralisou os principais aeroportos do país, os passageiros voltaram a enfrentar ontem atrasos de até oito horas para conseguir viajar. O problema, que teve início no sábado, se agravou ontem e, até a conclusão desta edição, não era possível saber se a situação irá se normalizar hoje.
O presidente da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), brigadeiro José Carlos Pereira, admitiu que houve atrasos na partida de vôos, nacionais e internacionais, em pelo menos três aeroportos: Congonhas (SP), Cumbica (Guarulhos) e Luís Eduardo Magalhães (Salvador).
Mas nem ele sabia dizer o que estava acontecendo. "Aparentemente é um problema de espaçamento [de vôo]. Mas não temos idéia do que está causando esses atrasos."
No final da tarde, após conversar rapidamente com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, Pereira continuava sem ter informações detalhadas. "Houve um problema na manhã que teve um efeito-cascata. A normalização está acontecendo mas vai entrar pela noite".
Já a assessoria da FAB declarou que os atrasos eram "normais" para um fim de semana. Mas em Cumbica, onde 56 vôos nacionais e sete internacionais tiveram atrasos superior a duas horas e meia, a média de atrasos para o final de semana é de de quatro a seis vôos com atrasos de duas horas, no máximo.
Em Congonhas, foram registrados problemas em 38 vôos -19 partidas e 19 chegadas. Um vôo da TAM, de Salvador, deveria ter aterrissado às 11h30, mas só chegou às 19h10. Um vôo que viria de Brasília para São Paulo foi cancelado.
No Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, oito vôos, todos com destino ao Sudeste, saíram com atraso de até quatro horas.
Segundo a Infraero, a maior parte dos vôos atrasados (cinco) aconteceu pela manhã. Para impedir as cenas de violência registradas no feriado de Finados, a Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança.
"O governo precisa resolver este problema o mais rápido possível. O presidente Lula e o ministro Waldir Pires [Defesa] acham que somos idiotas", disse o engenheiro Luiz Andrade, que foi até o aeroporto de Salvador para acompanhar o embarque de uma filha para Belo Horizonte. O vôo partiu após atraso de mais de duas horas.
Sem uma resposta oficial sobre a nova onda de atrasos, o clima nos aeroportos foi tenso durante todo o dia. Em Cumbica, o boato era que os controladores de Brasília tinham intensificado a operação-padrão, iniciada no início do mês, provocando os atrasos. A informação, porém, não foi confirmada.
Cerca de 30 passageiros procuravam o SAC (Serviço de Aviação Civil), da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), para registrar reclamação, em Cumbica. "A companhia aérea pediu para eu não entrar no portão de embarque porque estava o caos. Disseram que deveria monitorar pelos painéis da Infraero", diz a engenheira agrônoma Rafaela Rossetto, 47, que perdeu o vôo para Maceió.
Inicialmente, o avião iria partir às 11h45. No monitor, o vôo de Rafaela (TAM-3511) estava previsto para embarcar às 16h35. Ela entrou na área de embarque às 15h25, quando chegou ao portão, o avião já tinha decolado. Após uma espera de meia hora, a TAM reembarcou Rafaela em um outro vôo.
Um funcionário da Infraero, que pediu para não ser identificado, disse que a situação iria piorar ainda mais com forte probabilidade de também continuar até o feriado de quarta-feira, Dia da República.


Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.