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STF diz que greve de policiais é ilegal; reajuste é aprovado
Decisão do Supremo ocorre no mesmo dia em que a Assembléia aprovou aumento à categoria
Aprovação do aumento faz parte do acordo para pôr fim à paralisação; policiais, porém, só devem voltar ao trabalho na terça-feira
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que os deputados
estaduais aprovaram reajuste
salarial aos policiais civis -como parte do acordo entre governo e sindicalistas para pôr
fim à greve da categoria-, o
STF (Supremo Tribunal Federal) considerou a paralisação
ilegal e determinou a sua interrupção imediata.
"Entre os serviços públicos,
há alguns que a coesão social
exige que não deixem de ser
prestados em sua totalidade",
afirmou o ministro Eros Grau
em seu despacho.
A decisão foi dada em resposta a uma questão de ordem suscitada pelo Estado de SP. Na
ação, o Estado questionou ao
ministro a quem cabe examinar
o dissídio coletivo de greve e
qual é a "legitimidade do movimento grevista iniciado" pelos
policiais civis paulistas.
Sobre o dissídio coletivo, ele
nada respondeu. Manteve portanto a suspensão de seu trâmite no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região até que o Supremo, em plenário, decida a
quem cabe analisar a questão.
Eros Grau afirmou que cabe
ao governo de São Paulo atuar
para o cumprimento da decisão
de ontem. Para o ministro, "incumbe [à administração estadual] prover no sentido do restabelecimento pleno da prestação dos serviços".
O governo paulista informou
que estuda como será feita a cobrança da normalização do trabalho. É provável, porém, que a
opção seja aguardar o cumprimento do acordo com os líderes
grevistas, que se comprometeram a suspender o movimento
na próxima semana. "Não tomei conhecimento da decisão e
a analisaremos para recorrer",
disse José Leal, presidente do
sindicato dos delegados.
Terça-feira
A assembléia do sindicato
dos delegados para discutir o
acordo com o governo está
marcada para terça-feira. As
outras entidades informaram
que não suspenderão o movimento antes disso. A greve
completa hoje 59 dias.
Na tarde e na noite de ontem,
os deputados aprovaram a extinção da quinta classe na Polícia Civil, a aposentadoria especial (aos 30 anos de trabalho) e
dois reajustes salariais de 6,5%,
um neste ano e outro em 2009.
Com o fim da quinta classe, o
governo acaba com a menor faixa de remuneração para delegados: R$ 3.708,18 (piso adotado no interior, em cidades com
menos de 200 mil habitantes).
O piso sobe então, segundo o
governo, para R$ 4.967. Assim,
São Paulo passará de último lugar no ranking de pisos entre os
26 Estados mais Distrito Federal para o 24º lugar. Até o final
de 2009, segundo o governo, o
piso chegará a R$ 5.200 (o que
hoje ainda manteria o Estado
no 24º posto no ranking). Os
salários das outras unidades da
Federação são de levantamento feito em agosto.
O governo afirma que o fim
da quinta classe beneficia 3.500
delegados e mais 16 mil policiais nas demais carreiras. A categoria é formada por cerca de
35 mil policiais civis. O comando de greve informou não ter
feito cálculos nesse sentido.
Os reajustes aprovados são
dois: um para este mês e outro
para 2009. O governo precisa
enviar nova mensagem informando que o reajuste do próximo ano será dado em agosto.
Também como parte do
acordo firmado anteontem, o
governador José Serra (PSDB)
terá de enviar novo projeto à
Casa para exigir o nível universitário para o ingresso na carreira de investigador e escrivão.
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