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Em 1/4 das uniões, mulher se casa com homem mais novo
IBGE mostra que, em 2009, 23% das que se casaram pela 1ª vez escolheram parceiros mais jovens
Proporção de filhos de mulheres a partir dos 30 anos aumentou; MS é Estado com maior risco de casamento fracassar
JANAINA LAGE
DO RIO
O casamento entre mulheres mais velhas e homens
mais jovens está mais popular. A pesquisa Estatísticas do
Registro Civil 2009, do IBGE,
mostra que uniões com esse
perfil entre solteiros -primeiro casamento- representam 23% do total (ou 173,7
mil). Em 1999, eram 19,3%.
Segundo Claudio Crespo,
pesquisador do instituto, os
dados refletem o aumento da
presença da mulher no mercado de trabalho e do nível de
escolaridade. O resultado disso é o adiamento dos planos
de maternidade e casamento.
"A sociedade está mudando a forma de ver o casamento e há uma quebra de tabus
comuns antigamente", disse.
Em 2009, a maior proporção deste perfil ocorreu com
mulheres de 25 a 29 anos
(33%). Elas casaram, em média, com homens de 24 anos.
As de 45 a 49 anos que optaram por homens mais jovens
se uniram a maridos de 39.
"São mulheres mais bem
colocadas no mercado de trabalho, que têm dificuldade
de encontrar parceiros na
mesma idade e que têm segurança para escolher. Não é
uma revolução. A maioria delas ainda não reproduz o padrão masculino de casar com
uma mulher 15 anos mais jovem", afirma a antropóloga
Miriam Goldenberg.
A pesquisa não investigou
a proporção de segundos ou
terceiros casamentos de mulheres mais velhas com homens mais jovens, mas existem indícios de que essa fatia
também está em alta. A proporção de divorciadas que
casaram com solteiros passou de 2,2% para 5,3%.
Nos EUA e na Europa, o
movimento ganhou força e
as mulheres independentes e
interessadas em homens
mais jovens foram apelidadas de "cougars" (na tradução literal, pumas).
De modo geral, no Brasil
as mulheres casam pela primeira vez aos 26 anos; os homens, aos 29. As chances de
a união dar certo variam de
acordo com o local. Em todo
o país, a cada 100 casamentos, 23 são desfeitos.
Mato Grosso do Sul é o local com maior risco de a
união fracassar: a taxa de insucesso chega a 38%. Em São
Paulo, ficou em 24%.
Casados há quase 55 anos,
três filhos, Ana de Jesus, 77, e
Raimundo Teixeira, 82,
exemplificam o sucesso do
Maranhão, o Estado com menor índice: 7%.
Para o casal, a união longeva se deve a amor, compreensão, sorte e diálogo.
"Nunca fizemos nada sem o
outro saber", diz Anita. "Para
mim, [o casamento] deve,
acima de tudo, ser motivado
pelo amor, pela vontade."
"RECASAMENTOS"
As alterações na legislação
sobre separações e divórcios
contribuíram para aumentar
o número de "recasamentos". Em 1999, eles representavam 10,6% do total. No ano
passado, chegaram a 17,6%.
E a perspectiva é que em
2010 aumentem ainda mais
com a instituição do divórcio
direto e sem prazo.
No ano passado, a taxa de
divórcios teve leve queda para 1,4/mil habitantes. A taxa
de separações ficou estável
em 0,8/mil habitantes.
A participação das mulheres a partir dos 30 anos no total de registros de nascimento cresceu de 14,8% para
16,8%. Em alguns locais, as
essas mães já têm participação maior do que as mães
adolescentes, de 15 a 19 anos,
como em SP, SC, RS e DF.
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