São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2000

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PT queria rever acordo com a União

DA REPORTAGEM LOCAL

A privatização de bens públicos e a renegociação da dívida da prefeitura sempre foram temas de difícil discussão dentro do PT.
Durante a convenção do partido, em 18 de junho, que homologou a candidatura de Marta à prefeitura, foi aprovado um documento que defendia a anulação do contrato de refinanciamento da dívida com a União.
"O governo do PT terá outra postura em relação à dívida da cidade e renegociará todos os termos atuais acordados com o governo federal", dizia o texto.
Além disso, o texto afirmava: "Tomamos posição pela anulação dos contratos de refinanciamento das dívidas do município com os governos estadual e federal determinados pelos acordos com o FMI e o Banco Mundial".
Na versão final de seu programa de governo, Marta suprimiu o trecho que pregava a anulação do contrato. Em vez de prometer que "renegociará todos os termos" da dívida, como defendeu o partido, Marta diz que "buscará" a renegociação, sem referência a "todos os termos".
No programa de governo de Marta Suplicy, o capítulo dedicado à política de saneamento ambiental deixava claro que a futura prefeita seria contra a privatização do serviço.
O documento propõe uma "gestão compartilhada dos serviços". "Isso implica, imediatamente, estabelecer um contrato de concessão entre o município e a concessionária (Sabesp), em que sejam definidas as obrigações e os deveres entre as partes."
O texto também torna evidente que a administração petista pretende "defender, de forma intransigente, a gestão pública do saneamento contra a privatização ou concessão dos serviços para a iniciativa privada como a única forma de garantir que o conjunto da população tenha acesso aos serviços independentemente de sua condição financeira".
A privatização dos bens da prefeitura não é consenso no partido. Alguns parlamentares petistas defendem a manutenção dos ativos como forma de assegurar o patrimônio público.
Outros, porém, acreditam que a venda do autódromo de Interlagos, por exemplo, não contraria diretrizes partidárias.


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