LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Os fortes ventos que atingiram o Rio Grande do Sul anteontem, resultando no desabamento do telhado de uma escola e na morte de cinco pessoas em Antônio Prado (na serra gaúcha), deixaram 3.000 desabrigados.
O governador Germano Rigotto (PMDB), que visitou o local, pedirá ajuda ao governo federal para recuperar os prejuízos materiais.
Além das cinco mortes, oito pessoas ficaram feridas em Antônio Prado, município definido como patrimônio histórico nacional em razão do casario de madeiras, próprio da colonização italiana.
O vendaval destelhou cerca de cem casas, derrubou árvores e provocou a queda de energia.
"O levantamento de prejuízos será feito pela prefeitura, e vamos tentar ajudar de todas as formas que for possível. A decretação do estado de emergência já garantirá ajuda. O que não podemos recuperar é a vida de quatro crianças e de um pai de aluno", disse o governador, que esteve no velório.
As crianças, com idades entre quatro e sete anos, ensaiavam uma peça de teatro natalina que seria encenada hoje. Seus nomes são Augusto Bolzan, Luiza Scopel, Ingrid Fialho Corassa e Isadora Restelatto Sandi.
O adulto morto é Orli Susin, 42, que teve seu carro atingido por blocos de concreto enquanto aguardava o filho.
A Prefeitura de Antônio Prado decretou situação de emergência e três dias de luto. O município de Alegre, um dos que também foram atingidos pelos ventos, decretou essa situação já anteontem.
O vendaval, definido como "tornado" (ventos ciclônicos que giram com alta velocidade e têm formato de cone com o bico para baixo), ocorreu em razão de uma combinação climática normal na primavera: o choque de uma massa de ar quente com uma frente fria vinda do sul do continente.
A serra gaúcha registra esse tipo de situação com maior frequência devido à sua compleição topográfica, com pontos altos e formações montanhosas.

Interior de SP
Soldados do Corpo de Bombeiros de Jaboticabal (344 km da capital de SP) encontraram ontem o corpo do lavrador Maurício Ribeiro dos Santos, 28, desaparecido desde domingo passado, quando caiu no lago de Guariba, durante uma chuva forte.
O cadáver foi encontrado a 4 km do local da queda. Segundo os bombeiros, ele estava sob um banco de areia, o que dificultou a localização. Testemunhas disseram que o lavrador tentou atravessar a ponte do lago municipal, caiu e acabou sendo arrastado pela correnteza.