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Para Anac, padrão ideal só deverá ser atingido em março
Segundo o presidente da agência, situação nos aeroportos ainda depende da chegada de novos controladores ao DF
Milton Zuanazzi fez um discurso em defesa da segurança de vôo no país e afirmou que não há motivo para que haja clima de terror
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil),
Milton Zuanazzi, afirmou ontem que a situação dos aeroportos só atingirá o padrão
ideal a partir do final de fevereiro ou início de março, período
que coincide com o fim da alta
temporada. Zuanazzi se referiu
à proporção de controladores
em relação ao número de aeronaves existentes no país.
O Cindacta-1 (centro de controle de tráfego aéreo de Brasília) conta atualmente com 188
controladores de vôo, 28 a mais
do que na época do acidente
com o vôo 1907 da Gol, no dia
29 de setembro. De acordo com
Zuanazzi, o número ideal é de
210 controladores, um patamar
que só poderá ser atingido no
fim de fevereiro.
"Estamos numa situação
boa, e podemos com certeza a
partir de fevereiro e março estar numa situação ideal", disse.
Sobre as declarações do ministro da Defesa, Waldir Pires,
de que é preciso "fé" para que a
crise do setor aéreo se resolva
até o fim do ano, Zuanazzi disse
que sempre vale a pena rezar.
"O ano novo é um momento
que a gente reza, faz salva a Iemanjá, pula sete ondas. Isso é
uma manifestação que não gostaria que fosse levada para outro lado. Como todas as medidas já foram tomadas, para que
ocorra outro problema, só se
houver algo que não está sob
controle. Vale rezar para são
Pedro, tem chovido demais
aqui no Sudeste e isso não é
bom para o sistema. O tráfego
aéreo se desarranja com muita
chuva", disse.
A última medida adotada pela agência para minimizar o
transtorno nos aeroportos foi a
restrição de horário para vôos
fretados. As operadoras de turismo deverão anunciar com
prazo definido a ocorrência do
vôo. Até o fim da semana, a
agência pretende liberar os horários da aviação executiva.
Turismo
Em reunião com o Conselho
de Turismo do Rio, o presidente da agência fez um discurso
em defesa da segurança de vôo
no país. Ele negou a existência
de pontos cegos (sem comunicação) no céu do país e afirmou
que não há motivo para clima
de terror. Segundo ele, "o que o
setor de turismo tinha a perder,
já perdeu" com a crise. Em seguida, explicou que estava fazendo referência ao clima de
angústia dos passageiros que
programam viagens de lazer
com antecedência. Apesar disso, afirmou que houve um aumento no número de reservas
nos últimos dias.
Sobre os danos causados às
companhias aéreas com os
atrasos e despesas extras de
acomodação e alimentação de
passageiros, entre outros custos adicionais, Zuanazzi afirmou que a preocupação da
agência é encontrar uma solução para o problema. "Não tem
quem ganhe num episódio como esse. Não adianta falar em
perda se não solucionar o problema. O Brasil tem Judiciário,
tem lei. As pessoas têm como
buscar na Justiça determinados direitos", disse.
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