São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

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Para Anac, padrão ideal só deverá ser atingido em março

Segundo o presidente da agência, situação nos aeroportos ainda depende da chegada de novos controladores ao DF

Milton Zuanazzi fez um discurso em defesa da segurança de vôo no país e afirmou que não há motivo para que haja clima de terror

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, afirmou ontem que a situação dos aeroportos só atingirá o padrão ideal a partir do final de fevereiro ou início de março, período que coincide com o fim da alta temporada. Zuanazzi se referiu à proporção de controladores em relação ao número de aeronaves existentes no país.
O Cindacta-1 (centro de controle de tráfego aéreo de Brasília) conta atualmente com 188 controladores de vôo, 28 a mais do que na época do acidente com o vôo 1907 da Gol, no dia 29 de setembro. De acordo com Zuanazzi, o número ideal é de 210 controladores, um patamar que só poderá ser atingido no fim de fevereiro.
"Estamos numa situação boa, e podemos com certeza a partir de fevereiro e março estar numa situação ideal", disse.
Sobre as declarações do ministro da Defesa, Waldir Pires, de que é preciso "fé" para que a crise do setor aéreo se resolva até o fim do ano, Zuanazzi disse que sempre vale a pena rezar.
"O ano novo é um momento que a gente reza, faz salva a Iemanjá, pula sete ondas. Isso é uma manifestação que não gostaria que fosse levada para outro lado. Como todas as medidas já foram tomadas, para que ocorra outro problema, só se houver algo que não está sob controle. Vale rezar para são Pedro, tem chovido demais aqui no Sudeste e isso não é bom para o sistema. O tráfego aéreo se desarranja com muita chuva", disse.
A última medida adotada pela agência para minimizar o transtorno nos aeroportos foi a restrição de horário para vôos fretados. As operadoras de turismo deverão anunciar com prazo definido a ocorrência do vôo. Até o fim da semana, a agência pretende liberar os horários da aviação executiva.

Turismo
Em reunião com o Conselho de Turismo do Rio, o presidente da agência fez um discurso em defesa da segurança de vôo no país. Ele negou a existência de pontos cegos (sem comunicação) no céu do país e afirmou que não há motivo para clima de terror. Segundo ele, "o que o setor de turismo tinha a perder, já perdeu" com a crise. Em seguida, explicou que estava fazendo referência ao clima de angústia dos passageiros que programam viagens de lazer com antecedência. Apesar disso, afirmou que houve um aumento no número de reservas nos últimos dias.
Sobre os danos causados às companhias aéreas com os atrasos e despesas extras de acomodação e alimentação de passageiros, entre outros custos adicionais, Zuanazzi afirmou que a preocupação da agência é encontrar uma solução para o problema. "Não tem quem ganhe num episódio como esse. Não adianta falar em perda se não solucionar o problema. O Brasil tem Judiciário, tem lei. As pessoas têm como buscar na Justiça determinados direitos", disse.


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