ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Sob forte esquema de segurança, a Justiça de São Paulo iniciou ontem o julgamento de um dos acusados da morte do juiz corregedor de Presidente Prudente Antonio José Machado Dias, assassinado em março de 2003 com três tiros. Ao todo, são quatro acusados. O crime é atribuído ao PCC como represália às decisões do magistrado que teriam desagradado aos líderes da facção.
No banco dos réus deste primeiro juri estava um dos motoristas da operação que culminou na morte do magistrado, o traficante Ronaldo Dias, 29, o Chocolate, que alega ter participado do assassinato do juiz como forma de saldar uma dívida de dois quilos de cocaína.
Às 23h de ontem, o julgamento realizado no Fórum da Barra Funda, em SP, já durava mais de oito horas, e estava previsto para acabar na madrugada de hoje.
O júri começou com atraso porque dos 21 jurados convocados pela Justiça só 11 compareceram. Como é necessário o mínimo de 15 pessoas para serem escolhidas sete, a juíza Liza Livingston solicitou jurados de outras salas.
A Promotoria nega que as ausências estejam ligadas ao temor de represálias. Já advogados de defesa não descartaram esta possibilidade.
O atentado contra o magistrado é considerado um dos atos mais audaciosos da facção, já que a morte de Machado, com 48 anos à época, seria para intimidar outros juizes. Acusadores esperavam uma pena de 20 anos.


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