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Projeto de lei que visava ampliar rodízio é retirado
Proposta havia sido aprovada com outra contrária
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de figurar como um
dos protagonistas de um absurdo legislativo promovido pela
Câmara de São Paulo, o projeto
de lei que visa ampliar o rigor
do rodízio de veículos na capital foi retirado de pauta.
Na semana passada, essa proposta foi aprovada no mesmo
dia e sessão em que foi aprovado um outro projeto de lei que
busca praticamente o contrário: acabar com a restrição de
circulação na cidade.
O vereador Ricardo Teixeira
(PSDB) disse ter retirado seu
projeto porque quer discutir as
mudanças com a população,
em audiências públicas. A decisão ocorreu, segundo ele, após
receber críticas. "Retirei porque, com as sugestões que vieram, dá para melhorar muito o
projeto", afirmou. "Não estou
preocupado em me reeleger.
Estou preocupado em resolver
o problema da cidade."
Um dos pontos criticados de
sua proposta, que o parlamentar disse concordar, é estender
para todas as ruas da cidade a
restrição. Para o tucano, apesar
de a forma ter sido criticada, a
"essência" de seu projeto foi
bem recebida. "O debate precisa ser feito com a sociedade."
A retirada do documento por
Teixeira ocorreu um dia depois
de o presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR),
dizer -em reportagem na
Folha- que os dois projetos
antagônicos não seriam levados ambos para a segunda votação. Ontem, o presidente negou ter interferido na decisão
do tucano. "Eu não posso pedir
para um vereador retirar um
projeto", afirmou ele.
Da forma como o pedido de
retirada foi feito à presidência
da Câmara o projeto é arquivado. Se for apresentado novo documento, ele será submetido às
duas votações obrigatórias (o
arquivado tinha passado pela
primeira). A retirada poderia
ser feita momentaneamente e
abriria a possibilidade de ele
ser submetido à segunda votação após pedido para reinclusão na pauta.
Teixeira disse ter sugerido ao
colega Adilson Amadeu (PTB)
que também retirasse o projeto
dele para acabar com o rodízio,
para que ambos participassem
dessa discussão, mas ainda não
teve resposta. Amadeu antecipou à Folha sua posição. Disse
que manterá seu documento e
que não vê necessidade de discuti-lo. "Não posso abrir mão."
Para o petista, o rodízio de
veículo virou apenas uma forma de arrecadação de recursos
pelo cofres públicos por multas, já que o município não demonstra nenhuma ação para
reduzir o problema do trânsito
e do transporte na cidade.
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