São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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Projeto de lei que visava ampliar rodízio é retirado

Proposta havia sido aprovada com outra contrária

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de figurar como um dos protagonistas de um absurdo legislativo promovido pela Câmara de São Paulo, o projeto de lei que visa ampliar o rigor do rodízio de veículos na capital foi retirado de pauta.
Na semana passada, essa proposta foi aprovada no mesmo dia e sessão em que foi aprovado um outro projeto de lei que busca praticamente o contrário: acabar com a restrição de circulação na cidade.
O vereador Ricardo Teixeira (PSDB) disse ter retirado seu projeto porque quer discutir as mudanças com a população, em audiências públicas. A decisão ocorreu, segundo ele, após receber críticas. "Retirei porque, com as sugestões que vieram, dá para melhorar muito o projeto", afirmou. "Não estou preocupado em me reeleger. Estou preocupado em resolver o problema da cidade."
Um dos pontos criticados de sua proposta, que o parlamentar disse concordar, é estender para todas as ruas da cidade a restrição. Para o tucano, apesar de a forma ter sido criticada, a "essência" de seu projeto foi bem recebida. "O debate precisa ser feito com a sociedade."
A retirada do documento por Teixeira ocorreu um dia depois de o presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR), dizer -em reportagem na Folha- que os dois projetos antagônicos não seriam levados ambos para a segunda votação. Ontem, o presidente negou ter interferido na decisão do tucano. "Eu não posso pedir para um vereador retirar um projeto", afirmou ele.
Da forma como o pedido de retirada foi feito à presidência da Câmara o projeto é arquivado. Se for apresentado novo documento, ele será submetido às duas votações obrigatórias (o arquivado tinha passado pela primeira). A retirada poderia ser feita momentaneamente e abriria a possibilidade de ele ser submetido à segunda votação após pedido para reinclusão na pauta.
Teixeira disse ter sugerido ao colega Adilson Amadeu (PTB) que também retirasse o projeto dele para acabar com o rodízio, para que ambos participassem dessa discussão, mas ainda não teve resposta. Amadeu antecipou à Folha sua posição. Disse que manterá seu documento e que não vê necessidade de discuti-lo. "Não posso abrir mão."
Para o petista, o rodízio de veículo virou apenas uma forma de arrecadação de recursos pelo cofres públicos por multas, já que o município não demonstra nenhuma ação para reduzir o problema do trânsito e do transporte na cidade.


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