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Ruy Onaga, revisão na ponta do lápis
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os Onaga sempre se orgulharam de ser uma família de
jornalistas, com suas três gerações brasileiras sucedendo-se no metiê. Mas o ano de
2007 trouxe baixas pesadas
ao "time" de olhos puxados,
ceifando, um a um, três irmãos da profissão.
Em julho morreu Romeu,
assessor de imprensa da Petrobras e pai de Marcelo, editor de Exame; menos de dois
meses depois morreu Hideo
-um dos repórteres pioneiros do jornalismo econômico
brasileiro; e, há uma semana,
foi a vez de Ruy Onaga.
Ruy nasceu em São Paulo
e, assim como os irmãos, herdou a "veia jornalística" do
pai, Sukenari Onaga, "um
dos fundadores da imprensa
japonesa no Brasil" -que
veio do Japão para fundar
um jornal na cidade. Mas a
maior influência, porém, seria a do irmão Hideo, repórter de economia da Folha da
Manhã e depois chefe de redação da revista Visão.
Ruy começou editando dicionários na Companhia
Editora Nacional, antes mesmo de o Aurélio ser referência, quando foi para a Visão.
Lá ficaria por quase 30 anos,
nunca almejando outro cargo que o de revisor -dizem
os colegas que todos dependiam da "espantosa meticulosidade de Ruy", considerado por eles "o pai dos revisores do Brasil".
E ele não tolerava estrangeirismos -nomes de ilustres da História ou em inglês
se curvavam a seus padrões.
Morreu no dia quatro, de parada cardíaca, em São Paulo.
Tinha 84 anos e três filhos.
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