São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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Ruy Onaga, revisão na ponta do lápis

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os Onaga sempre se orgulharam de ser uma família de jornalistas, com suas três gerações brasileiras sucedendo-se no metiê. Mas o ano de 2007 trouxe baixas pesadas ao "time" de olhos puxados, ceifando, um a um, três irmãos da profissão.
Em julho morreu Romeu, assessor de imprensa da Petrobras e pai de Marcelo, editor de Exame; menos de dois meses depois morreu Hideo -um dos repórteres pioneiros do jornalismo econômico brasileiro; e, há uma semana, foi a vez de Ruy Onaga.
Ruy nasceu em São Paulo e, assim como os irmãos, herdou a "veia jornalística" do pai, Sukenari Onaga, "um dos fundadores da imprensa japonesa no Brasil" -que veio do Japão para fundar um jornal na cidade. Mas a maior influência, porém, seria a do irmão Hideo, repórter de economia da Folha da Manhã e depois chefe de redação da revista Visão.
Ruy começou editando dicionários na Companhia Editora Nacional, antes mesmo de o Aurélio ser referência, quando foi para a Visão. Lá ficaria por quase 30 anos, nunca almejando outro cargo que o de revisor -dizem os colegas que todos dependiam da "espantosa meticulosidade de Ruy", considerado por eles "o pai dos revisores do Brasil".
E ele não tolerava estrangeirismos -nomes de ilustres da História ou em inglês se curvavam a seus padrões. Morreu no dia quatro, de parada cardíaca, em São Paulo. Tinha 84 anos e três filhos.


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