São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2008

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Van é o transporte disponível em mais municípios do país

DA SUCURSAL DO RIO

Quem transita pelas grandes cidades pode imaginar que o ônibus é o transporte de passageiros presente em mais municípios do país. Mas, na verdade, predominam as vans, os mototáxis e os táxis -boa parte deles informal. É o que revela a Munic (Pesquisa de Informações Básicas Municipais) de 2008.
As vans estão em 59,9% dos municípios, segundo dados coletados neste ano nas prefeituras. Em 2005, o índice era de 52,3%. O mesmo avanço ocorreu com o mototáxi. Em 2008, o serviço estava disponível em 47,1% das cidades. Subiu para 52,7% em 2008. Já o táxi passou de 76,7% para 81,5%.
Todos são mais freqüentes que os ônibus municipais e intermunicipais, presentes em 28,3% das cidades. Esse transporte destaca-se nas grandes cidades: estão em 93% das com mais de 100 mil habitantes.
Apesar de disponíveis em menos cidades, os ônibus fazem diariamente o deslocamento de 55 milhões de pessoas, segundo a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano).
A pesquisa do IBGE também constatou que a informalidade é alta no transporte público. Na maioria das cidades, os serviços de mototáxi e de van não sofrem nenhum tipo de controle, fiscalização e regulação.
No caso do mototáxi, a informalidade predomina em 75% das cidades. Já as vans informais se sobressaem em 62%. O serviço de ônibus não é regulamentado em 22% das 1.674 cidades onde está presente.
Segundo Carlos Henrique Ribeiro, gerente técnico da NTU, vans e mototáxis fazem concorrência "predatória" aos ônibus, que sofrem com falta de passageiros e inviabilidade econômica. "O transporte ilegal inviabiliza, em muitos casos, os ônibus. Desde a década de 1990, as empresas de ônibus já perderam 35% do mercado."
Ele reconhece, porém, que o transporte alternativo encontrou terreno, em parte, graças à superlotação e à má qualidade do serviço de ônibus.
Morador da favela Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana (zona sul do Rio), Cosme dos Santos, 30, é um exemplo da informalidade: é mototaxista há dois anos, levando até 150 pessoas por dia. Ele diz ganhar R$ 2.500 por mês, "mais que o dobro" do que vendendo lanches, sua ocupação anterior.
Trem e metrô, diz o IBGE, só aparecem em 0,3% e 1,5% das cidades, respectivamente. Só 15 cidades contam com metrô.


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