São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2001

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8 verbetes para quem vai ao Rio neste verão

PAULO SAMPAIO
DA REVISTA

Sol, mar, Rock in Rio 3, Carnaval, enfim se você pretende ir ao Rio de Janeiro neste verão para curtir alguma dessas opções, confira abaixo uns "toques" que a Revista preparou pra você aproveitar melhor sua viagem.

Figurino
No Rio, quanto menos, melhor -a não ser que você more na Barra e frequente as festas da emergente Vera Loyola.
Exemplo de excesso no vestuário: o comerciante paulista Renato Del Papa, 30, nunca tira o tênis quando vai à praia. "Ele só mergulha em água doce", explica a mulher de Del Papa, Maria Fernanda, 29, no Posto 9, em Ipanema, onde o casal passa férias com um grupo de amigos de Ribeirão Preto.
Maria Fernanda mostra sua "mochila de praia": água oxigenada, protetores solares de vários fatores, aceleradores de bronzeamento, pente, "piranha" de cabelo, chapéu, óculos, nécessaire com maquiagem, chinelo, toalha, barraca. "E os brincos de ouro, que eu faço questão de colocar."
Quatro quadras distante da praia, a atriz paulista radicada no Rio Cláudia Liz, 31, faz um almoço "leve" no restaurante New Natural (r. Barão da Torre, 173, Ipanema tel. 0/xx/21/287 0301). Cláudia veste minissaia, camiseta, sandália de dedo e biquíni por baixo; vem da Globo, onde estava gravando. "Quando cheguei ao Rio, ficava constrangida de ir de short do hotel até a praia, a uma quadra de distância. Em São Paulo, até hoje não uso minissaia", conta.
Ex-modelo, ela diz que, no Rio, sempre pergunta que roupa deve usar. "Mesmo assim, às vezes coloco coisas demais; roupa de reunião aqui é calça jeans, camiseta e rabo-de-cavalo. Tailleur é para quem quer parecer perua", diz.

Restaurante
Comer bem, uma das diversões preferidas dos paulistas, não é programa no Rio. Por mais que os cariocas se orgulhem do "Antiquarius" (r. Aristides Espínola, 19, Leblon 0/xx/21/294-1049) ou do "Claude Troigros" (r. Custódio Serrão, 62, Jardim Botânico tel. 0/ xx/21/537-8582), é melhor ir a um boteco e tomar chope (no singular), com petiscos.
E não espere conforto. No Bracarense, um dos mais tradicionais, o negócio é sentar na calçada, em banquinhos de plástico envoltos em uma atmosfera de "sauna natural", a 38C. "Paulista chega aqui e pede cardápio. É engraçado, porque o pessoal local sabe que o Bracarense é lugar para chope com carne seca desfiada, bolinho de aipim recheado com camarão e catupiry e empada de bobó de camarão", diz o garçom Francisco Gomes Filho, o Chico, 32, no lugar há mais de dez anos.
Outros pontos que entram na categoria "o máximo" para os cariocas: Jobi (av. Ataulfo de Paiva, 1.166, Baixo Leblon, tel. 0/xx/21/ 274-0547); Clipper (r. Carlos Góes, 263, Leblon, tel. 0/xx/21/ 259-0148); a Cobal, uma espécie de Ceagesp com bar frequentado por globais (r. Gilberto Cardoso, s/n, tel. 0/xx/21/239-1549) e os quiosques da Lagoa -os melhores são o árabe e o italiano, situados na altura da marcação dos 5.200 metros da ciclovia. "Não podia ter um lugar assim no Ibirapuera?", lamenta o engenheiro civil paulista Luis Hipólito do Rego, 43, sentado em uma das mesas dos quiosques, com os filhos pequenos e a mulher, carioca.
Na volta da praia, nada mais "maneiro" do que passar num restaurante de saladas. Os melhores: Gula Gula (r. Aníbal de Mendonça, 132, Ipanema, tel 0/xx/21/ 259-3084) e Celeiro (r. Dias Ferreira, 199, Leblon, tel. 0/xx/21/274-7843). Se o turista for gay, é importante saber que rola o maior samba no bar A Bofetada (r. Farme de Amoedo, 87, Ipanema, tel. 0/xx/21/523-3992).

Pizza, não
Esqueça a pizza de domingo ou você corre o risco de se aborrecer, como a arquiteta Heloísa Pomaro, 37, um dia antes do réveillon. Passeando de carro pela avenida Atlântica, ela viu a placa: "Pizzaria". "Entramos na maior inocência", ela conta. "No cardápio, só havia cinco tipos de pizza. Pedi a portuguesa, por ser a mais incrementada. Veio sem milho, ervilha e presunto. Em compensação, eles colocaram pimentão, que eu não posso comer à noite.
"Não existe pizza no Rio", reconhece a carioca Maria Luiza Rego, 47, decoradora, casada com o engenheiro Luís Hipólito do Rego.

Carro e táxi
Paulista adora carro, carioca dirige mal... Entre todas as histórias que se contam a respeito de transporte e trânsito nas duas cidades, há uma que ninguém deve duvidar: pegar táxi para ir a eventos como o Rock in Rio, em Jacarepaguá, ou o réveillon de Copacabana é "roubada". A própria prefeitura avisa: vá de táxi até um certo ponto e siga a pé ou de ônibus.

Ônibus
No Rio, os circulares vão a todos os lugares, funcionam de madrugada e, como na maioria das "atrações" da cidade, têm gente de todas as classes sociais. O único problema, conta a atriz paulista Renata Paschoal, 25, que mora no Rio há um mês, é descer do coletivo na velocidade em que os motoristas costumam dirigir: "Outro dia, o cara parou em frente ao ponto, mas no meio da rua. Entre a escada e a calçada passava carro, e eu não consegui descer. Reclamei. Ele disse: "Ah, você quer ser a certinha?"

Calçadão
O único lugar onde a cidade corre. Antes das 10h e depois das 18h, a impressão que se tem no calçadão de qualquer praia ou da Lagoa é de uma espécie de happy hour atlética. O tráfico intenso de atletas suados, a pé ou de bicicleta, vai até por volta da meia-noite.
Os mais velhos e as crianças, que acordam antes e precisam ter mais cuidado com a pele, aparecem no calçadão entre 8h e 10h; a partir desse horário, a idade vai decrescendo, até que só se vê gatinhas e musculosos.

Sala de troféus da CBF
Segundo o porteiro do local, o Machado, visitá-la é programa de paulista. "Os cariocas nunca aparecem. Em compensação, pelo menos duas vezes por semana vem um grupo de dez, 12 paulistas malucos querendo entrar", diz o porteiro. Ele barra. Se você é um dos candidatos a "malucos", Machado diz que se deve enviar um fax solicitando a visita. O telefone da CBF é 0/xx/21/509-5937).

Leia a reportagem completa no site: www.uol.com.br/revista


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