São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

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AMBIENTE

Segundo governo, paralisação se deve ao atraso no pagamento feito por empresa responsável pelo trabalho

Greve de funcionários deixa 13 parques sem serviço de limpeza

LUÍSA BRITO
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um dos portões do parque Buenos Aires, em Higienópolis (região central de SP), uma placa improvisada pede ao visitante: "Deixar o parque limpo, na medida do possível. Funcionários de limpeza e manutenção estão em greve por tempo indeterminado". A área verde de 25.662 m2, inaugurada em setembro de 1913, é uma das 13 da capital que não são limpas há cinco dias.
Segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, cerca de 140 empregados da Dima -empresa que cuida da remoção do lixo em mais de um terço dos 32 parques administrados pela prefeitura- cruzaram os braços. A secretaria diz que o motivo da paralisação foi o atraso no pagamento de salários pela empresa.
O serviço está suspenso nos parques Buenos Aires, Trianon, da Independência, da Aclimação, da Luz, da Vila Guilherme, do Carmo, Lions Club Tucuruvi, Guarapiranga, Nabuco, Santo Dias, dos Eucaliptos e Severo Gomes.
No Buenos Aires, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental, o gramado começa a acumular papéis de bala, pacotes de biscoito, palitos de picolé e pontas de cigarro, sobretudo nos pontos ao redor dos bancos. Além disso, algumas latas de lixo estão cheias. A situação pode se agravar no fim de semana, quando, segundo a secretaria, o local recebe mais visitantes.
Quem passeia com freqüência pelo parque se espanta com a mudança do cenário. "Os banheiros estão muito sujos, não dá para entrar. O parque tem que estar limpo, porque vem muita criança", afirmou a faxineira Silvana dos Santos, que costuma ir ao local. No parque da Aclimação (região central), devido à falta de funcionários de limpeza, quatro dos seis banheiros estão fechados. Das 19 pessoas que mantêm a área, apenas duas estão trabalhando. O local recebe cerca de 2.000 pessoas diariamente e aos sábados e domingos o número quase triplica, chegando a 5.000 visitantes.
Na tarde de ontem, as lixeiras estavam lotadas, e o chão, cheio de sacos plásticos, papéis de picolé e panfletos. Os parques infantis eram os mais sujos.
"Geralmente é mais limpo. Hoje está com muito papel de comida, saquinho de pipoca e o lago está verde de tanta sujeira", afirmou a bancária Cynthia Ranieri, 36, que costuma levar a filha, Pietra, 3, para o parque.


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