São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Senti náusea", afirma usuária

DA REPORTAGEM LOCAL

É cada vez mais freqüente o uso abusivo do anticoncepcional de emergência por jovens, que recorrem a ele várias vezes e como único modo de prevenir a gravidez.
Além de não ser 100% segura para evitar gravidez, a contracepção de emergência não previne contra Aids e outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
A vendedora Carla, 30, já usou a pílula de emergência quatro vezes em um ano, mas decidiu voltar ao anticoncepcional convencional. "Sentia muita náusea e meu ciclo ficou totalmente desregulado. Não achei legal", conta.
A estudante de letras Cássia, 19, (nome fictício), afirma que tomou a pílula em três semanas seguidas. "Fiquei menstruada quase um mês e até agora meu ciclo ainda não se normalizou", diz.
Segundo o ginecologista Jefferson Drezett, só 30% das usuárias da pílula de emergência, segundo indicações médicas, relatam descontrole do ciclo menstrual.
Para ele, o uso abusivo pode provocar efeitos muito piores que as irregularidades menstruais, como tromboembolismo.
"A pílula é altamente eficaz se usada dentro da prescrição médica. Com o uso rotineiro, essa proteção é ameaçada e pode-se engravidar", afirma.
Drezett conta ainda que soube que algumas garotas saem para as baladas noturnas com um kit explosivo, que inclui ecstasy e pílula do dia seguinte.
"É o uso estúpido do medicamento que, felizmente, está restrito a pequenos grupos. A maioria das jovens usa racionalmente a pílula." (CC)


Texto Anterior: Igreja Católica é contra uso do medicamento
Próximo Texto: Mais anticoncepcionais serão difundidos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.