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"Senti náusea", afirma usuária
DA REPORTAGEM LOCAL
É cada vez mais freqüente o uso
abusivo do anticoncepcional de
emergência por jovens, que recorrem a ele várias vezes e como único modo de prevenir a gravidez.
Além de não ser 100% segura
para evitar gravidez, a contracepção de emergência não previne
contra Aids e outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
A vendedora Carla, 30, já usou a
pílula de emergência quatro vezes
em um ano, mas decidiu voltar ao
anticoncepcional convencional.
"Sentia muita náusea e meu ciclo
ficou totalmente desregulado.
Não achei legal", conta.
A estudante de letras Cássia, 19,
(nome fictício), afirma que tomou
a pílula em três semanas seguidas.
"Fiquei menstruada quase um
mês e até agora meu ciclo ainda
não se normalizou", diz.
Segundo o ginecologista Jefferson Drezett, só 30% das usuárias
da pílula de emergência, segundo
indicações médicas, relatam descontrole do ciclo menstrual.
Para ele, o uso abusivo pode
provocar efeitos muito piores que
as irregularidades menstruais, como tromboembolismo.
"A pílula é altamente eficaz se
usada dentro da prescrição médica. Com o uso rotineiro, essa proteção é ameaçada e pode-se engravidar", afirma.
Drezett conta ainda que soube
que algumas garotas saem para as
baladas noturnas com um kit explosivo, que inclui ecstasy e pílula
do dia seguinte.
"É o uso estúpido do medicamento que, felizmente, está restrito a pequenos grupos. A maioria
das jovens usa racionalmente a
pílula."
(CC)
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