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Marta diz que não tem solução para camelôs
ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy, assumiu ontem que ainda não fez nada para resolver o
problema dos camelôs na cidade,
uma questão que, segundo ela, já
passou do limite do tolerável.
"Estou muito preocupada, porque acho que está chegando ao limite do tolerável, aliás já passou",
declarou.
O próprio secretário da Secretaria da Implementação das Subprefeituras (SIS), Arlindo Chinaglia, reconheceu que a prefeitura
nem sabe o número de ambulantes que trabalham nas ruas. "Uns
estimam 15 mil, alguns, 20 mil,
outros falam até em 40 mil."
"Ainda não apresentamos uma
solução eficiente. O projeto (dos
locais onde os camelôs poderão
ficar) não está pronto ainda e, como a gente acha que não adianta
tirar, pôr rapa, bater, pôr guarda,
porque no dia seguinte está todo
mundo ali, está demorando mais
um pouco", declarou a prefeita.
Ela disse concordar com as críticas que vêm recebendo. "A crítica
procede. Nós não mexemos ainda
na questão dos ambulantes."
O projeto deve ser feito pela SIS
e pela Secretaria do Planejamento
Urbano. Chinaglia disse que a
prefeitura procura alternativas,
como shoppings populares, que
podem ser instalados próximos
aos largos de Pinheiros e 13 de
Maio, em Santo Amaro, mas não
detalhou o plano.
"Não vai ter (vaga) para todo
mundo. Esse é o problema. Precisamos também incentivar a criação de empregos", disse.
Em visita à Administração Regional de Pinheiros ontem, Marta
disse que lá ainda há corrupção. A
chamada máfia dos fiscais foi descoberta após flagrante de propina
cobrada por funcionários de Pinheiros, em 1998.
"É como uma ferida infectada
que a gente vai apertando para
limpar o pus", disse a prefeita, que
anunciou a colocação em disponibilidade de um funcionário
-cujo nome não foi revelado-
por suspeitas de corrupção.
"O problema é que as pessoas
denunciam, mas se negam a ajudar a prefeitura a fazer um flagrante", afirmou. "Não tolere extorsão. Denuncie. Com o flagrante, podemos tirar essas pessoas do
serviço público."
Com o Secretário do Abastecimento, Jilmar Tatto, a prefeita
anunciou uma redução de R$ 0,99
para R$ 0,84 do quilo de legumes,
frutas e verduras vendidos nos 28
sacolões da cidade.
Segundo ela, levantamento da
secretaria constatou que, nos últimos cinco anos, houve superfaturamento nos preços dos sacolões,
que chegaram a cobrar até 55%
acima do valor do Ceagesp. O limite seria 20% acima. A diferença
acumulada seria de R$ 24,7 milhões. O estudo será encaminhado ao Ministério Público.
O secretário de Comunicação
na gestão Pitta, Antenor Braido,
disse que os preços eram acompanhados mensalmente e aplicado o
limite de 20%. O assessor de imprensa de Paulo Maluf, Adílson
Laranjeira, afirmou que "os preços na gestão Maluf eram corretos
e não houve absolutamente nenhum superfaturamento".
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