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OPERAÇÃO SUCURI
Pelo menos 2 dos 22 agentes presos já haviam sido afastados da PF
Agentes da PF são acusados pela 2ª vez
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo menos 2 dos 22 policiais federais presos anteontem na Operação Sucuri, acusados de corrupção na fronteira do Brasil com o
Paraguai em Foz do Iguaçu, já haviam sido afastados do órgão pelo
mesmo tipo de delito. Jorge Luiz
Travassos e Julio Cesar Vieira Pereira foram reconduzidos às funções por decisão judicial após serem afastados por corrupção.
Segundo dados da Corregedoria da PF, em 4 de julho de 1983,
Travassos foi demitido "a bem do
serviço público" pela Presidência
da República. Em 1994, acórdão
do Tribunal Regional Federal (4ª
Região) o reconduziu ao cargo.
Travassos havia respondido a
sindicância em 1975, quando trabalhava na Superintendência da
PF em Rondônia, mas nada foi
provado contra ele. No ano seguinte, o diretor-geral da PF impôs suspensão de 60 dias ao agente, mas a pena foi convertida em
multa. Em 1977, o mesmo ocorreu
após suspensão de dois dias. Já
em Minas Gerais, em 1978, Travassos respondeu a uma nova sindicância sobre o envolvimento
dele em uma infração de trânsito.
Em 1982, no Paraná, Travassos,
Pereira e outros policiais foram
suspeitos de irregularidades. Essa
investigação concluiu que ambos
deveriam ser afastados e, posteriormente, demitidos em 1983.
A Folha não conseguiu contato
com os advogados dos dois policiais federais presos.
A Operação Sucuri, realizada
anteontem pela PF, identificou 22
agentes do órgão, quatro servidores da Receita Federal e dois policiais rodoviários federais envolvidos em um esquema de facilitação
na travessia de automóveis na
fronteira Brasil-Paraguai. Além
deles, outras nove pessoas foram
presas como atravessadores.
A PF não tem como evitar a
reintegração por ordem judicial.
Seu diretor-geral, delegado Paulo
Lacerda, informou, por meio de
sua assessoria, que conta com a
ajuda da opinião pública para
frear esse tipo de processo.
Ontem, Lacerda determinou a
suspensão por 60 dias do delegado Vicente Chelloti, que, em agosto passado, teria enviado a uma
empresa de segurança particular
um lote de armas de uso exclusivo
da Academia Nacional de Polícia.
Lacerda também deu início a
um procedimento administrativo
que pode resultar na expulsão de
dois delegados, seis agentes, um
escrivão e um agente administrativo envolvidos na morte de um
detento na carceragem da PF no
Rio de Janeiro, no ano passado.
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