São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007

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Medicamentos aumentam até 49%, revela pesquisa

Reajuste ocorreu até em remédios com os preços controlados pelo governo

Empresas podem receber multa da Anvisa, que vai apurar eventuais abusos dos laboratórios; novo reajuste será no próximo dia 31

TONI SCIARRETTA
DA FOLHA ONLINE

Apesar do monitoramento de preços feito pelo governo, cerca de 400 medicamentos tiveram aumentos de até 49,44% no último ano, revela pesquisa do Idum (Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos) obtida pela Folha Online. O reajuste aconteceu mesmo após o aumento concedido pelo governo em 2006.
Como os preços são controlados, os laboratórios que aumentaram os medicamentos podem ser multados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência afirma que tomou conhecimento da pesquisa e que vai apurar eventuais abusos dos laboratórios. De acordo com a Anvisa, as multas podem chegar a R$ 3,2 milhões. Desde 2003, a agência já aplicou 50 multas. Os remédios terão novo reajuste no próximo dia 31 de março.
Segundo a pesquisa, o remédio com o maior aumento foi o Cloridrato de Sertralina, do laboratório Medley -49,44%. Trata-se de um antidepressivo, também usado no tratamento do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). O remédio passou de R$ 55, em abril de 2006, para R$ 82,19 em março.
Mas a Medley afirma que houve um erro na divulgação do preço em abril de 2006, que logo depois foi retificado. A empresa diz que o remédio nunca chegou a custar R$ 55.
O segundo medicamento com maior reajuste (40,29%) foi o antibacteriano Azitromicil, da Greenpharma, que custava R$ 13,85 em 2006 e agora chega a ser vendido a R$ 19,43.

Não-controlados
A pesquisa também constatou aumentos acima da inflação nos remédios não-controlados pelo governo, mas muito consumidos no país, como o analgésico Dórico (Sanofi-Aventis), que subiu 50,09%. A Aspirina (Bayer), um dos medicamentos mais populares no Brasil, teve reajuste de 12,40%, enquanto o Melhoral (laboratório DM) subiu 10,01%. A Neosaldina (Altana Pharma) teve reajuste de 8,13%.
O antiinflamatório Flanax, da Bayer, utilizado no alívio de dores musculares e também no tratamento de asma, foi reajustado em 11%.
Em março de 2006, o governo autorizou três faixas de aumentos -até 5,51%, 4,51% e 3,64%, de acordo com a competição com genéricos nos pontos de vendas. O reajuste deste ano também vai ser dividido em três categorias -3,02%, 2,01% e 1%.
O grupo de remédios em que os genéricos têm participação de mercado de mais de 20% sofrerá o reajuste máximo, de 3,02%. Para participação entre 15% e 20%, o aumento será de 2,01%. Para participação de genéricos abaixo de 15%, o reajuste será de 1%.


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