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Calouros da ECA têm poucas aulas
da Reportagem Local
Os alunos novos do curso de Publicidade da ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP estão
tendo apenas dois ou três dias de
aula por semana por falta de professores.
O departamento aposentou nove
docentes desde 1989, outros sete
deixaram a faculdade e somente
cinco foram repostos. Mais dois
professores estão em condição de
se aposentar neste ano.
"Eu só tenho aula às segundas,
quintas e sextas", disse o aluno Pedro Ivo Souto, 17. "O reitor falou
que vai providenciar uma solução
com urgência, mas eu ainda não
sei em que ritmo funciona a USP".
"Eu estava acostumado com um
ritmo mais puxado, fazendo cursinho e estudando o 3º ano. Como
só estou tendo três aulas, o que
não me faz ficar desanimado é o
estágio que estou fazendo fora",
disse outro calouro, Bernardo
Manfredini, 17.
Em reunião no dia 10, os professores do departamento decidiram
não recorrer mais ao expediente
dos professores-conferencistas,
que ocupavam as lacunas deixadas
pela falta de docentes concursados, para pressionar a direção da
Universidade a abrir novas vagas.
O professor-conferencista ganha
menos e pode ser contratado sem
concurso, mas sua obrigação se
restringe a dar aulas.
O Departamento de Jornalismo e
Editoração enfrenta problema semelhante. "Precisamos de no mínimo quatro professores a mais",
disse a professora Dulcília Buittoni, chefe do departamento.
"O problema é que, para se aposentar, um professor só necessita
de 30 dias, enquanto para que seja
contratado outro no seu lugar são
necessários pelo menos sete meses, tempo de realização do concurso público", disse o vice-diretor da ECA, Waldenyr Caldas. Segundo ele, o reitor Jacques Marcovitch prometeu uma solução "a
curto prazo" para o problema.
A pró-reitora de graduação da
USP, Ada Pellegrini, disse que os
professores da ECA "talvez sejam
os que fazem mais barulho", mas
o problema existe também em outras faculdades. "Temos que verificar se realmente há necessidade
de contratação. O reitor já está se
ocupando do assunto", disse.
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