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Preso troca de
identidade e
sai do Depatri
MARCELO GODOY
da Reportagem Local
Preso com o maior arsenal já
apreendido pela polícia paulista,
Maurício Alves de Carvalho, 28,
trocou de identidade com um preso e fugiu pela porta da frente do
presídio do Depatri (Departamento de Investigações Sobre Crimes
Contra o Patrimônio).
A fuga aconteceu anteontem à
noite. Carvalho estava detido desde a semana passada, quando foi
preso sob a acusação de porte de
armas de uso do Exército. Segundo a polícia, ele e Alexandre Carlos Vasconcelos, 23, tinham até
uma granada anticarro blindado.
Além dela, os acusados estavam
com cinco fuzis, cinco submetralhadoras, 14 pistolas, 12 coletes à
prova de balas e uma granada de
mão. Carvalho e Vasconcelos seriam membros de uma quadrilha
de ladrões de banco e de carros-fortes que alugara uma casa
em Sorocaba (SP), onde tentaram,
no último dia 4, roubar um carro
blindado no aeroporto.
O grupo é composto por 17 pessoas. "Ele (Carvalho) é um dos líderes do bando", disse o delegado
Edson Soares, da 3ª Delegacia de
Crimes Contra o Patrimônio.
A fuga de Carvalho começou
quando chegou ao plantão do presídio um alvará de soltura em nome do preso Flávio Leal da Silva,
25. Acusado de furto, receptação
de objetos roubados e formação
de quadrilha, a Justiça decidiu soltá-lo porque ele é réu primário.
Silva foi tomar banho antes de
sair da cela. No momento em que
o carcereiro foi retirá-lo, os outros
detentos agarraram-no pelo pescoço e taparam sua boca.
Enquanto isso, Carvalho se
apresentou como Silva para ser libertado. "Temos cerca de 400 presos. Os carcereiros não conhecem
todos", disse a diretora da prisão,
delegado Sueli Aparecida Neute.
Em seguida, aconteceu o fato
mais estranho da fuga. Antes de libertar um preso, a polícia checa as
suas impressões digitais para não
soltar a pessoa errada.
Os carcereiros tiraram as impressões digitais de Carvalho para
saber se o preso era realmente
quem dizia ser. Segundo o que foi
apurado pela direção do presídio
do Depatri, os peritos não perceberam que as digitais de Carvalho
não batiam com as de Silva e deram o OK para a soltura do preso.
A polícia irá abrir sindicância e
inquérito para apurar o caso. Na
tarde de ontem, a direção do presídio fez uma revista nas celas e
apreendeu brocas, serras, telefone
celular e bip com os detentos.
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