das agências internacionais

O escritor italiano Giorgio Bassani, autor do livro "O Jardim dos Finzi-Contini", morreu ontem em Roma, aos 84 anos.
Ele estava hospitalizado desde o dia 31 de março em razão de problemas respiratórios e cardíacos. Bassani também sofria do Mal de Alzheimer.
Considerado um dos escritores mais populares da Itália na segunda metade do século, Bassani pertenceu ao movimento neo-realista do qual faziam parte os intelectuais Elio Vittorini, Vasco Pratolini, Cesare Pavese, Carlo Cassola e Alberto Moravia.
Seu livro mais conhecido, "O Jardim dos Finzi-Contini", foi publicado em 1962 e filmado por Vittorio De Sica. Em 1971, a obra homônima ganhou Oscar de melhor filme estrangeiro.
Bassani era judeu e chegou a ser preso em 1943 no governo de Mussolini, do qual foi um dos maiores opositores e críticos.
"O Jardim dos Finzi-Contini" trata do universo da desintegração da comunidade judaica que vivia na Itália no início da Segunda Guerra. A obra, que o consagrou, descreve a época em o governo fascista impunha uma série de restrições aos judeus.
O livro "Gli Ochiali d'Oro" também foi filmado em 1987 por Giuliano Montaldo.
Toda obra literária de Bassani foi marcada pela crítica da discriminação contra os judeus.
Entre seus trabalhos de poesia, se destacam "Storie dei Poveri Amanti", "Te Lucis Ante", "Epitaffio", "In Gran Segreto", "L'Alba ai Vetri", "In Rima Senza" e "Di Lú del Cuore".
Nascido em Bolonha, no dia 4 de março de 1916, Bassani era um dos últimos intelectuais judeus vivos que haviam sido perseguidos e presos na Itália de Mussolini. Ele foi criado em Ferrara, cidade retratada em parte de suas obras, como ""Il Romanzo de Ferrara" e mesmo "O Jardim dos Finzi-Contini".
Nos últimos anos, Bassani vivia recluso com sua mulher, a norte-americana Porzia Prebis, em sua casa em Roma.


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