São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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Hospital público tem ociosidade de 25%

da Reportagem Local

O Hospital do Servidor Público Estadual está com 25% dos leitos ociosos. Há 1.200 leitos, mas só 900 podem ser ocupados.
Segundo a direção do hospital, isso acontece porque há um déficit de 35% de funcionários.
O hospital teve alas ampliadas recentemente, como o ambulatório de psiquiatria, inaugurado no último dia 3, mas o funcionamento tem sido precário, segundo denúncia de Luiz Carlos Aiex Alves, presidente da Associação Médica dos Servidores do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual).
A diretora do hospital, Gilka Nery, admite que há falta de pessoal na equipe de enfermagem. Segundo ela, o déficit de funcionários causa a ociosidade no aproveitamento dos leitos.
De acordo com Alves, além de menos pessoal, há falta de recursos. Ele responsabiliza o governo do Estado por supostamente não investir o que deveria. Isso impede a contratação de novos funcionários. "O governo desconta 2% do salário dos servidores para a manutenção do hospital, mas não dá nenhuma contrapartida equivalente", diz o presidente.
A posição da associação é de que deveriam ser investidos, anualmente, cerca de R$ 440 milhões no hospital. "A quantia arrecadada com os descontos nos salários do servidores é de R$ 220 milhões. O Estado deveria adicionar mais R$ 220 milhões".
Ele afirma que esse problema não acontece apenas no ambulatório de psiquiatria. "No prédio central, há várias salas que, apesar de não terem sido inauguradas, já poderiam estar funcionando desde que houvesse funcionários suficientes para atender aos servidores. Oito alas novas estão trancadas desde que a reforma foi concluída", afirma.
O presidente da associação diz também que os recursos que o Estado investe no hospital não cobrem nem um sexto dos gastos com transporte dos funcionários: "O Estado investe R$ 1 milhão no hospital, mas só o custo do vale-transporte dos funcionários é de R$ 6 milhões".
Gilka respondeu às acusações de Alves. "Não estamos aqui para desenvolver embates políticos ou pessoais. A administração está tranquila porque tudo está sendo feito em benefício do paciente".
A assessoria de imprensa do hospital divulgou em nota oficial que o comunicado da Iamspe é irresponsável, leviano e criminoso. A diretora afirmou que quando a administração assumiu o hospital em 1995 menos da metade dos leitos estava disponível, a área física estava comprometida -inclusive com ratos e baratas -não havia abastecimento de medicamentos e faltavam equipamentos.
De acordo com ela, uma reforma foi feita e todos esses problemas já foram resolvidos mas o serviço está sendo reestruturado. Gilka afirmou que está sendo feita uma comparação do número de médicos e da produtividade desses funcionários e isso estaria causando reações.
A diretora disse que o ambulatório da psiquiatria está funcionando normalmente.



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