São Paulo, sábado, 14 de abril de 2001

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AMBIENTE
Coordenador do órgão no Rio de Janeiro afirma que a área afetada diminuiu de 42 para 30 quilômetros quadrados

Mancha de óleo tende a se diluir, diz Ibama

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O óleo vazado na madrugada de anteontem da plataforma P-7, da Petrobras, tende a se diluir no oceano, sem atingir a costa do Estado do Rio de Janeiro.
A informação foi dada ontem pelo coordenador do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Estado do Rio, Carlos Henrique Abreu Mendes.
Acompanhado pelo diretor de Controle e Fiscalização do Ibama, Humberto Cavalcanti, e por técnicos da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), o coordenador-regional sobrevoou ontem pela manhã a área atingida pelo óleo, localizada a cerca de 100 quilômetros do litoral fluminense.
Abreu Mendes afirmou que a área da mancha diminuiu de 42 quilômetros quadrados, registrados na tarde de anteontem, para cerca de 30 quilômetros quadrados, ontem de manhã.
A Petrobras está utilizando 1.500 metros de barreiras para conter o óleo. No local estão também seis embarcações, que têm a incumbência de realizar a dispersão da mancha.
O coordenador do Ibama no Rio calculou haver, no ponto de maior concentração de óleo, cerca de 8.000 litros.
A Petrobras informou ter vazado da plataforma um total de 26 mil litros de óleo. O vazamento, segundo a estatal, foi interrompido às 14h30 de anteontem.

Multa
O sobrevôo feito pelos técnicos indicou que devem ainda restar cerca de 11 mil litros de óleo espalhados pelo oceano.
Abreu Mendes afirmou que ainda não foi estipulada uma multa para a Petrobras.
Segundo o coordenador, será feito um relatório da situação na bacia de Campos, que vai ser analisado pela direção do Ibama, em Brasília. Só depois da análise deverá ser fixada uma multa.
No momento em que óleo e gás começaram a vazar, havia 143 petroleiros na P-7, dos quais 37 permaneceram na plataforma para combater o vazamento.
Os demais trabalhadores foram transferidos anteontem para as plataformas de Enchova e Pampo, também na bacia de Campos.
Foi o quarto acidente este ano na bacia, responsável por 80% da produção nacional de petróleo, de 1,2 milhão de barris por dia.
O novo vazamento provocou um clima desagradável na empresa, pela proximidade com a tragédia da P-36, no dia 15 de março, e, principalmente, pela sucessão de derramamentos mais graves registrados desde o ano passado.

Controle
Nota oficial divulgada ontem à tarde em Macaé (município litorâneo a 190 km do Rio) pela Unidade de Negócios da Petrobras na bacia de Campos informou que a situação da plataforma P-7 "está sob controle".
O vazamento inundou parte do deque da plataforma e, por precaução, a empresa retirou 106 das 143 pessoas que estavam a bordo. As demais eram das brigadas de incêndio e de emergência e ficaram para controlar a situação.
De acordo com a nota, 96 pessoas estavam à bordo da P-7 durante o dia de ontem.
"Espera-se o retorno pleno à produção em, no máximo, 48 horas", afirma a nota.



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