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Conflito pode explodir em mais 16 áreas
DA SUCURSAL DO RIO
Além da favela da Rocinha (zona sul), a cidade do Rio tem pelo
menos outros 16 pontos considerados críticos onde, a qualquer
momento, poderão explodir
guerras entre quadrilhas rivais de
traficantes de drogas.
O policiamento destinado a
atuar nas áreas problemáticas não
é, hoje, suficiente para evitar invasões e tiroteios. A Folha apurou
que, para agir nelas, a polícia dispõe de imediato de apenas 1.300
policiais civis e militares, o mesmo que está ocupando atualmente uma única favela: a Rocinha.
Segundo o titular da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, cada batalhão da PM possui
30 policiais prontos para atuarem
em áreas de conflito se preciso.
Além disso, 400 policiais das delegacias especializadas da Polícia
Civil também estão de prontidão.
Entre as áreas desguarnecidas e
que poderão enfrentar novas
guerras entre traficantes estão os
morros da Mineira, Zinco e de
São Carlos (Catumbi e Estácio,
zona norte) e as favelas da Ilha do
Governador (zona norte).
Anteontem, um helicóptero da
PM (Polícia Militar) foi alvejado a
tiros no morro do Zinco. Dois
PMs foram feridos. A favela, que é
dominada pelo traficante Irapuan
David Lopes, o Gangan, da ADA
(Amigo dos Amigos), sofreu uma
tentativa de invasão de criminosos da Mineira, controlada pelo
CV (Comando Vermelho).
A situação na Ilha do Governador (zona norte) também é tensa.
Na quinta-feira, a polícia ocupou
o morro do Dendê, principal favela do bairro, pois recebeu informações de que o morro seria invadido por traficantes rivais. A
ação acabou não ocorrendo. Em
2003, 20 pessoas foram mortas
em duas chacinas no Dendê.
Apesar da tentativa de invasão
ocorrida na Rocinha na última
sexta-feira, a polícia informou
que tem conseguido evitar que as
favelas sejam invadidas.
Segundo o titular da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos), Reginaldo Félix, há dez dias, o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu, tentou, pela primeira vez, invadir a Rocinha com
200 homens. A polícia teria sido
informada do plano antes, ocupado os acessos às favelas e afugentado os criminosos.
"Se ele tivesse conseguido invadir da primeira vez que tentou, teríamos uma carnificina. Na segunda, quando 60 entraram lá, o
resultado não foi tão trágico."
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