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CRIME EM PERDIZES
Polícia recebe três primeiras análises da perícia; irmão diz que acusado não teria motivo para matar o pai
Tiros na rua Atibaia foram à queima-roupa
SÍLVIA CORRÊA
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Luiz Rugai, 40, e
sua mulher, Alessandra, 33, foram
mortos com tiros à queima-roupa
-com o cano de pistola 380 praticamente encostado na cabeça
dele e nas costas dela. Um terceiro
disparo foi feito de cima para baixo. Ou seja: quando a vítima -no
caso, Rugai- já havia caído.
É isso o que mostra o primeiro
dos três laudos encaminhados
ontem pelo Instituto Médico Legal e pelo Instituto de Criminalística ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O laudo necroscópico, feito pelo
IML, indica que Alessandra foi vítima de cinco tiros -dois pela
frente (olho e antebraço) e três pelas costas, cabeça e nas regiões
lombar e escapular. Esse último
disparo foi feito à queima-roupa.
O tiro no antebraço sugere que
Alessandra tentou se defender. A
polícia, porém, não sabe se ela foi
a primeira a ser rendida. E talvez
essa resposta nunca apareça. A última chance está na análise de
uma mancha de sangue encontrada na sala de ginástica -onde,
imagina-se, o embate começou.
Um estudo preliminar sugere
que o sangue tenha sido perdido
por um homem. Se isso se confirmar e se ele for Rugai, a ordem de
abordagem das vítimas estará esclarecida. Caso contrário -se o
sangue for do assassino, por
exemplo, e se ele não confessar o
crime-, nunca se saberá exatamente o que aconteceu na noite
de 28 de março na rua Atibaia.
O corpo de Rugai tinha duas
marcas de escoriações recentes
-abaixo da clavícula direita e
perto da virilha. Não se sabe, porém, se não eram anteriores
-fruto de uma queda de moto.
O empresário foi vítima de quatro tiros -no lado esquerdo do
pescoço, no peito e na cabeça
(dois). O do peito foi dado de cima para baixo. Os que atingiram a
cabeça dele foram dados pelas
costas, um à queima-roupa.
Além da análise dos corpos, foram também encaminhados aos
delegados os laudos de balística e
os toxicológicos das vítimas.
A balística formaliza o que já vinha sendo divulgado: a munição
encontrada sob a cama de Gil
Grecco, 21, filho mais velho de
Rugai e preso temporariamente
pelo crime, foi disparada pela
mesma pistola dos assassinatos.
Os exames não conseguem esclarecer, porém, há quanto tempo
a munição estava no local -seria
menos de 30 dias, mas isso não é
suficiente para permitir alguma
conclusão, já que a defesa de Gil
alega que a prova foi plantada.
O exame toxicológico indica
que as vítimas não consumiram
drogas -inclusive álcool- "recentemente", sem esclarecer qual
o período a que se refere. Na casa
havia 300 gramas de maconha. Gil
nega ser o dono da droga.
Agora, das chamadas provas
técnicas, falta só o resultado da
análise das amostras de sangue.
Ontem, o segundo filho de Rugai,
Leonardo, 19, foi ouvido pela polícia. O rapaz inocentou o irmão,
afirmando que ele é uma pessoa
religiosa e que não teria motivos
para matar o pai e a madrasta.
A polícia deve encaminhar o caso ao Ministério Público até meados da próxima semana.
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