São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2006

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VIOLÊNCIA

Policiais teriam confundido vítima com bandido após uma perseguição

PMs são suspeitos de matar faxineiro por engano em Itaquera

DO "AGORA"

A Corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito para apurar supostas falhas na ação que terminou com a morte do auxiliar de limpeza Rogério dos Santos Dias, 33, em suposto tiroteio com PMs, anteontem à noite, em Itaquera, na zona leste da capital.
Segundo nota oficial da PM, por volta das 20h40, dois policiais militares abordaram um Escort na rua Mairiporã e foram recebidos a bala pelos três ocupantes. No revide, Dias foi atingido e morreu após ser socorrido. Ainda segundo a polícia, Dias estava armado com uma pistola 765.
A Corregedoria, porém, acredita que Dias era inocente. João Barbosa Silva, cunhado de Dias que o acompanhava, disse que os ocupantes do carro que a polícia perseguia já haviam fugido e que os PMs chegaram disparando.
"As pessoas que a polícia estava atrás bateram o carro na minha frente e pularam para dentro de um terreno baldio. Os policiais passaram por mim, e meu cunhado entrou em uma viela, quando os tiros o acertaram", disse.
Segundo Silva, o auxiliar de limpeza se dirigia a um telefone público para atender a uma ligação para uma sobrinha quando foi atingido pelos disparos dos policiais. Silva conta que, após balear seu cunhado, os policiais o teriam agredido. "Logo depois de acertarem meu cunhado, me puxaram pelo braço para dentro do carro da polícia e disseram que eu iria servir de testemunha", relatou. Silva tinha um hematoma debaixo do braço direito.

Trabalho
Ronaldo dos Santos, irmão de Dias, disse que ele não tinha envolvimento com crimes e trabalhava no hospital Samaritano.
De acordo com Santos, a vítima sempre trabalhou e jamais andou armado. "Meu irmão era uma pessoa honesta e trabalhadora."
A Polícia Civil vai investigar as duas versões sobre o caso. Familiares de Dias e pessoas que presenciaram a ação dos policiais militares serão ouvidos na apuração para tentar esclarecer o caso.
O comando do 39º Batalhão da Polícia Militar emitiu nota oficial ontem em que informa que os dois policiais envolvidos na ação vão responder a inquérito militar e foram afastados das ruas.
De acordo com a PM, a arma dos policiais e a pistola que estaria com Dias quando ele foi morto foram entregues para a perícia.
(MÁRIO ROSSIT)


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