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VIOLÊNCIA
Policiais teriam confundido vítima com bandido após uma perseguição
PMs são suspeitos de matar faxineiro por engano em Itaquera
DO "AGORA"
A Corregedoria da Polícia Militar instaurou inquérito para apurar supostas falhas na ação que
terminou com a morte do auxiliar
de limpeza Rogério dos Santos
Dias, 33, em suposto tiroteio com
PMs, anteontem à noite, em Itaquera, na zona leste da capital.
Segundo nota oficial da PM, por
volta das 20h40, dois policiais militares abordaram um Escort na
rua Mairiporã e foram recebidos a
bala pelos três ocupantes. No revide, Dias foi atingido e morreu
após ser socorrido. Ainda segundo a polícia, Dias estava armado
com uma pistola 765.
A Corregedoria, porém, acredita que Dias era inocente. João Barbosa Silva, cunhado de Dias que o
acompanhava, disse que os ocupantes do carro que a polícia perseguia já haviam fugido e que os
PMs chegaram disparando.
"As pessoas que a polícia estava
atrás bateram o carro na minha
frente e pularam para dentro de
um terreno baldio. Os policiais
passaram por mim, e meu cunhado entrou em uma viela, quando
os tiros o acertaram", disse.
Segundo Silva, o auxiliar de limpeza se dirigia a um telefone público para atender a uma ligação
para uma sobrinha quando foi
atingido pelos disparos dos policiais. Silva conta que, após balear
seu cunhado, os policiais o teriam
agredido. "Logo depois de acertarem meu cunhado, me puxaram
pelo braço para dentro do carro
da polícia e disseram que eu iria
servir de testemunha", relatou.
Silva tinha um hematoma debaixo do braço direito.
Trabalho
Ronaldo dos Santos, irmão de
Dias, disse que ele não tinha envolvimento com crimes e trabalhava no hospital Samaritano.
De acordo com Santos, a vítima
sempre trabalhou e jamais andou
armado. "Meu irmão era uma
pessoa honesta e trabalhadora."
A Polícia Civil vai investigar as
duas versões sobre o caso. Familiares de Dias e pessoas que presenciaram a ação dos policiais militares serão ouvidos na apuração
para tentar esclarecer o caso.
O comando do 39º Batalhão da
Polícia Militar emitiu nota oficial
ontem em que informa que os
dois policiais envolvidos na ação
vão responder a inquérito militar
e foram afastados das ruas.
De acordo com a PM, a arma
dos policiais e a pistola que estaria
com Dias quando ele foi morto foram entregues para a perícia.
(MÁRIO ROSSIT)
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