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Surto de infecção em hospital contamina 401 pessoas no RJ
Bactéria provoca lesões na pele de pacientes que se submeteram a cirurgias
O surto está restrito ao Rio
de Janeiro, mas a Anvisa
(Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) alertou
todos os Estados do país
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um surto de infecção hospitalar, provocado por uma bactéria que causa infecções e lesões na pele, atingiu 44 hospitais do Rio e região metropolitana. Segundo o Ministério da
Saúde, há 401 casos notificados. Não houve mortes.
O surto está restrito ao Rio de
Janeiro, segundo o ministério,
mas uma nota técnica do Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta todos os
Estados para a possibilidade de
ocorrer casos em outros locais.
As vítimas no Rio são pessoas
que passaram por procedimentos cirúrgicos desde o final do
ano passado, a maioria (64%)
em hospitais privados. A responsável pela contaminação é a
bactéria Mycobacterium abscessus, que exige tratamento
com antibióticos por seis meses, que custa R$ 5.000 por pessoa. Os remédios são fornecidos pelo governo federal.
A Secretaria de Saúde do Estado trabalha com três possíveis motivos para o surto: contaminação da água, baixa qualidade dos equipamentos usados
no processo de desinfecção ou
erros na esterilização. Das três,
a última é a mais provável.
Victor Berbara, superintendente da vigilância em saúde do
Rio, afirma que o surto já está
controlado e que as unidades
hospitalares estão readequando seus processos de esterilização -e que, por causa disso,
houve queda nas notificações.
Segundo ele, o número de
suspeitas no Rio é alto também
porque a secretaria estaria fazendo uma busca ativa de casos, em vez de apenas esperar
pela notificação dos hospitais.
Uma das hipóteses da pasta
para explicar por que a bactéria
se espalhou por vários hospitais é que um paciente contaminado pode ter se submetido
a cirurgia feita por um profissional com os mesmos aparelhos em mais de uma unidade.
Desde 13 de fevereiro, a vendedora Patrícia Almeida Villar,
36, de Bonsucesso (zona norte)
está com um corte aberto no
umbigo. Dentro dele, uma gaze
tenta conter a secreção gerada
pelo processo infeccioso que
atingiu também outros três
pontos da barriga.
Até agora, Patrícia não conseguiu a medicação para conter
a infecção. "Vivo do que vendo,
não posso parar. Só quero começar o tratamento logo e acabar com esse pesadelo."
O Ministério da Saúde diz
que os remédios estão sendo
distribuídos a todos os pacientes com casos confirmados.
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