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Alphaville eleva a desigualdade entre escola pública e particular em Barueri
DA SUCURSAL DO RIO
Entre as cidades com mais de
200 mil habitantes comparadas pela Folha, Barueri (região
metropolitana de São Paulo)
aparece como a mais desigual
na distância entre as redes pública e privada. Considerando
só as particulares, o desempenho de seus alunos seria o
quarto melhor do Brasil. Apenas no setor público, a posição
cai para a 104ª em 124 cidades.
Essa desigualdade (de 23
pontos a favor da rede privada)
tem uma explicação principal:
o condomínio Alphaville, cuja
riqueza contrasta com os bairros de baixa renda vizinhos.
Isso fica claro na comparação da clientela de duas escolas
próximas: a Escola Internacional de Alphaville (média 71 no
Enem) e a escola estadual
Amador Aguiar (44 pontos).
Na primeira, a mensalidade
chega a R$ 2.090 no ensino
médio e os alunos são filhos de
executivos, empresários e estrangeiros moradores do condomínio. A partir dos 4, há período integral. Há aulas de sociologia, filosofia, teatro e ensino de espanhol e inglês.
"Temos bolsas de estudo para alunos carentes, mas a maioria que estuda aqui é, sem dúvida, de uma clientela privilegiada. Procuramos conscientizá-los sobre essa desigualdade.
Eles participam de ações sociais na região e têm aulas sobre como desenvolver projetos
sustentáveis que possam contribuir para uma sociedade melhor", diz Ricardo Chioccarello,
diretor da escola.
Não muito longe do condomínio, no bairro Parque Imperial, fica a Amador Aguiar. Seus
alunos do ensino médio, no entanto, estudam à noite porque
precisam conciliar a escola
com o trabalho. Uma parcela
significativa deles é de nordestinos (especialmente do Piauí)
que migraram para São Paulo.
Muitos chegam com grande defasagem escolar e vão para a
educação de jovens e adultos.
"Em Barueri, temos uma ilha
de riqueza dentro de Alphaville, onde há uma clientela totalmente diferente da nossa. Na
Amador Aguiar, são alunos que
vêm para a escola depois de
uma jornada cansativa de trabalho. É outro universo cultural", diz a dirigente de ensino
da Secretaria Estadual da Educação, Marta Maria Campos.
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