São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Atirador planejava ataque pelo menos desde julho

"Descobrirão quem eu sou da maneira mais radical", diz ele em novo vídeo

Gravação, com 58 segundos de duração, estava em disco rígido acessado pela última vez havia nove meses


DIANA BRITO
DO RIO

Novo vídeo, divulgado ontem pela polícia do Rio, indica que o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, que matou 12 crianças na escola Tasso da Silveira, em Realengo, há uma semana, planejava o ataque pelo menos desde julho do ano passado.
A gravação foi achada em um HD (disco rígido) encontrado na casa do atirador, em Sepetiba (zona oeste). O HD estava intacto e tinha sido acessado pela última vez em julho último. Um outro HD foi queimado, e a polícia tenta recuperar os arquivos.
A polícia apreendeu outro computador na casa onde o atirador viveu em Realengo.
O novo vídeo dura 58 segundos. De barba rala e cabelo raspado, Wellington está sentado numa poltrona, aparentemente em casa, e lê um texto numa folha de papel. O ambiente é diferente daquele das imagens exibidas na terça pelo "Jornal Nacional".
"A maioria das pessoas me desrespeitam, acham que sou um idiota, se aproveitam de minha bondade, me julgam antecipadamente", afirma Wellington no vídeo.
"São falsas, desleais. Descobrirão quem eu sou da maneira mais radical, numa ação que farei pelos meus semelhantes, que são humilhados, agredidos, desrespeitados em vários locais, principalmente em escolas e colégios, pelo fato de serem diferentes, de não fazerem parte do grupo dos infiéis, dos desleais, dos falsos, dos corruptos, dos maus. São humilhados por serem bons", diz.
A polícia disse que o vídeo exibido anteontem pelo "Jornal Nacional" não faz parte do inquérito e que vai pedir à TV Globo a gravação, assim como questionará a emissora como obteve o material.
Segundo o diretor-geral de Polícia Técnico-Científica, Sérgio Henriques, as provas que já foram colhidas e os laudos cadavéricos mostram que os alvos do assassino eram realmente as meninas.
Na maioria dos casos, as alunas levaram tiros na cabeça e no tórax, ao contrário dos meninos, alvejados em outras partes do corpo.


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