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SISTEMA PENITENCIÁRIO
Cadeia seria para detentos "perigosos"
Ministro defende pena alternativa para "bem mais de 50%" dos presos
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Ao defender a ampliação das
penas alternativas no Brasil, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz
Bastos, disse, em Belo Horizonte,
que "bem mais de 50%" dos presos não precisariam estar confinados -atualmente são 248 mil
pessoas presas em 922 presídios
distribuídos pelo país.
Os presídios, disse o ministro,
seriam só para os envolvidos com
o crime organizado e para os "criminosos fisicamente perigosos".
Bastos vem defendendo as penas alternativas sempre que pode,
mas não de forma tão enfática
quanto ontem, após assinar contrato com o governo de Minas Gerais de adesão ao Plano Nacional
de Segurança Pública.
"[Enquanto] não tivermos um
sistema de penas alternativas para
tirar da cadeia aqueles que não
precisam estar na cadeia, nós não
teremos uma solução para isso [a
reconstrução do sistema penitenciário]", afirmou.
Bastos usou a Inglaterra como
comparação ao dizer que lá 80%
dos processos criminais terminam em penas alternativas, em
prestação de serviços à comunidade. No Brasil, segundo ele, "só
7%" dos processos criminais resultam em medidas semelhantes.
Bastos afirmou ontem que
Campo Grande (MS) receberá o
primeiro presídio federal dos cinco que estão sendo planejados pelo Ministério da Justiça. Segundo
ele, a obra "já está em processo de
licitação". Brasília receberá o segundo presídio.
O ministro listou mais dois Estados que também terão na sua
área presídios construídos pelo
governo federal: Rio Grande do
Sul e Amazonas.
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